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Pesquisa quer viabilizar torta de mamona para ração animal

Para tornar a ração um produto viável é preciso neutralizar a ricina e ricianina, substâncias tóxicas e alergênicas presentes nas sementes da mamona.

Redação (05/02/2009)- A torta de mamona é usada no Brasil apenas como adubo orgânico em jardinagem por conter altos teores de nitrogênio, potássio e fósforo e ainda por agir como controladora de nematóides do solo. No entanto, as pesquisas da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ) apontam que seu uso como ração é uma alternativa interessante como fonte protéica para animais de médio e grande porte. O produto será apresentado no Show Rural Coopavel, exposição em Cascavel (PR), que acontece de 9 a 13 de fevereiro.

Para tornar a ração um produto viável é preciso neutralizar a ricina e ricianina, substâncias tóxicas e alergênicas presentes nas sementes da mamona. Pessoas não protegidas e em contato contínuo com essas substâncias podem apresentar quadros de conjuntivite, faringite, dermatite e bronquite. Os altos teores em rações levam os animais à morte.

De acordo com o pesquisador José Luis Ascheri, testes indicam que a detoxicação e desalergenização da torta pode ser feita por processos de extrusão combinados com outras variáveis como adição de ácidos, bases, sais e enzimas, cisalhamento e aquecimento da torta a temperaturas que variam de 80ºC a 140ºC, à seco, úmido ou vapor com diferentes tempos de exposição ao calor.

“A equação destas variáveis determinará o processo mais eficiente para tornar a ração um produto seguro e de qualidade nutricional para animais. Essa iniciativa interessa a produtores de mamona que poderão criar sistemas mais integrados de lavoura e pecuária, otimizando os recursos via aproveitamento de co-produtos (resíduos) da extração do óleo de mamona”, afirmou o pesquisador.

O projeto é liderado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e envolve outras quatro unidades da Embrapa (Algodão/Campina Grande-PB; Caprinos/Sobral-CE; Agroindústria Tropical/Fortaleza-CE; e Biotecnologia e Recursos Naturais/Brasília-DF), além das parcerias das Universidades (Estadual do Norte Fluminense; e Federal de Alagoas) e da empresa I.C.B. Wooly Indústria e Comércio, de Mogi Mirim (SP). Esta é responsável pelos testes em escala industrial do processo de detoxicação.

O Show Rural Coopavel (www.showrural.com.br) é uma oportunidade de integração entre produtores, empresários, técnicos e pesquisadores para discutir inovações na agricultura familiar, agroindústria, agroecologia, integração lavoura-pecuária, biotecnologia, informática e meio ambiente. As tecnologias da Embrapa estarão organizadas em dois espaços: a Casa da Embrapa e a Vitrine Tecnológica.