Funcionários do Frigorífico Avícola Santa Fé (ex-Sabor Aves), em Santa Fé (a 50 quilômetros de Maringá), estão no meio de um impasse. Há cerca de seis meses, a empresa fechou as portas, mas não demitiu os trabalhadores, que estão sem receber os salários atrasados e não conseguem a liberação das carteiras de trabalho. Diante do impasse, o sindicato da categoria realizará na quinta-feira à tarde uma nova reunião na Biblioteca Municipal, envolvendo os ex-funcionários, para tentar negociar a rescisão dos contratos.
No último encontro, realizado terça-feira (1º), representantes da empresa São José (novo grupo que pretende assumir as atividades do frigorífico), apresentaram uma proposta, que não foi muito bem recebida pelo movimento sindical da categoria.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústrias de Alimentação e Afins de Jaguapitã (Stiaaj), Clayson Matos, a empresa pretende rescindir o contrato a partir do dia 30. “Eles não teriam condições de pagar os valores das verbas rescisórias. Eles fariam somente a liberação do fundo de garantia e as folhas do seguro desemprego. Muito complicado fazer uma rescisão de contrato dessa forma”, protesta.
A sugestão foi apresentada aos funcionários pelo advogado Waldson Gualda. Para ele, a melhor opção dos trabalhadores é aceitar as propostas, já que os recursos judiciais podem demorar anos. “É uma proposta muito mais ágil do que eles aguardarem as centenas de ações judiciais, e ficarem sem receber o que está sendo proposto hoje”.
Funcionários
Na terça-feira (1º), a reportagem do Paraná TV – 2ª Edição, mostrou a situação de alguns trabalhadores. Com a carteira retida, aproximadamente 250 homens e mulheres estão com dificuldades de encontrar outro emprego.
Segundo o ex-funcionário Fernando Brito Soar, não resta outra alternativa a não ser trabalhar “por dia”, em serviços sem registro. “Nós temos medo de dar baixa na carteira e perdemos tudo o que temos direito de receber”, explica.
Outra ex-funcionária, Luzilene Alves, reclama da desconfiança que o grupo de trabalhadores recebeu na cidade. “É uma humilhação o que estamos passando. As pessoas nos olham e pensam que não queremos pagar as contas. Nós fomos enganados , acho uma injustiça”.