A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está aumentando a cooperação com a África e vê o estreitamento de laços como uma oportunidade para as empresas brasileiras e uma afirmação política.
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com representantes de 25 países da região para tratar da cooperação tecnológica, na véspera de seu discurso na FAO (braço da ONU para alimentação).
“Sem dúvida será bom para empresas envolvidas com agronegócios, como fabricantes de tratores e de infraestrutura”, disse o presidente da Embrapa, Pedro Arraes Pereira, que acompanhou Lula em Roma.
O Brasil quer transferir a tecnologia que usou para aumentar a produção no cerrado. A avaliação é que a savana africana pode ser cultivada de forma semelhante. Em Moçambique, um projeto-piloto foi iniciado há cerca de um mês e meio.
Em 16 países, já são 9 os projetos em andamento e 16 em avaliação. Pereira afirmou que a iniciativa, que deve impulsionar a produção de soja e outros alimentos no continente, não solapa as possibilidades de exportação do Brasil. “Muitos desses países hoje importam a maior parte dos alimentos. Cabo Verde, por exemplo, importa 80%.”.
A Embrapa já abriu uma agência em Gana. Os projetos são financiados pelo governo japonês, que arca com a maior parte dos fundos.