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Agroindústria

Agonia do Quatro Marcos perdura

<p>Credores do frigorífico Quatro Marcos suspendem assembleia e plano de recuperação judicial da empresa só volta a ser discutido em dezembro.</p>

Os credores do frigorífico Quatro Marcos suspenderam a assembleia para discussão do plano de recuperação judicial da empresa, na quinta-feira. De acordo com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), 93,36% dos credores de todas as classes (trabalhistas, com garantia real e quirografários, que inclui os pecuaristas) votaram pela suspensão.

A assembleia será retomada dia 3 de dezembro. Houve alteração no plano apresentado pela empresa, e os credores pediram mais tempo para avaliar as mudanças. No caso dos pecuaristas, para os quais a empresa deve R$ 35,7 milhões, o Quatro Marcos aceitou corrigir a dívida pela taxa Selic a partir da data aprovação do Plano de Recuperação Judicial, a diminuição da carência, que a princípio era de 12 meses, para julho de 2010.

Segundo a Acrimat, os pecuaristas querem que a carência seja março de 2010 e que a correção pela taxa Selic seja retroativa a 6 de janeiro de 2009, quando foi homologado o pedido de recuperação judicial. Querem ainda que o frigorífico não tenha liberdade de vender os ativos da empresa e de fazer novos empréstimos para ampliar a estrutura e que no caso do descumprimento do plano seja decretada a falência do frigorífico.

No plano do Quatro Marcos, disponibilizado semana passada no site da empresa, a companhia propõe o pagamento integral das dívidas trabalhistas, dentro de 12 meses a partir da aprovação do plano. Os créditos financeiros com garantia real terão o pagamento do principal em um única parcela em 31 de dezembro de 2013 e dos juros, pagamentos trimestrais a partir de 31 de janeiro de 2012.

No caso dos credores quirografários financeiros (sem garantia), os pagamentos dos juros seriam feitos em parcelas trimestrais a partir de 31 de janeiro de 2012 e o principal em 40 pagamentos trimestrais a partir de janeiro de 2013. A dívida total do Quatro Marcos soma R$ 427,869 milhões, segundo a Acrimat. Com os pecuaristas do Mato Grosso, o débito é de R$ 26 milhões.