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Brasil exporta tecnologia

<p>País africano quer desenvolver agronegócio com base no modelo brasileiro e tornar-se independente no setor da soja, entre outros.</p>

Desenvolver o agronegócio, tendo como referência o modelo brasileiro, e tornar-se independente nos setores de soja, gado de leite e cana-de-açúcar é o objetivo do país africano Burkina Faso para os próximos dez anos. A meta foi apontada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros daquele país, Alain Yoda, durante reunião com o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nessa quinta-feira (12/11).

“Sabemos que o Brasil é bastante desenvolvido na produção de soja, que nos interessa muito, pois o grão é útil tanto para a alimentação, quanto para a produção de biocombustíveis”, ressaltou Alain Yoda. O secretário Célio Porto sugeriu à delegação africana conhecer projeto de produção de soja implantado na Venezuela, a partir de cooperação com o Brasil. “Parceria da Embrapa com uma empresa privada brasileira e o governo venezuelano resultou na primeira colheita de soja naquele país, no último mês de outubro”, informou Porto. Segundo o secretário, o resultado foi tão positivo que o modelo deve ser implantado em outros países, como foi sugerido à Burkina Faso.

Na área de gado de leite, foi recomendado à delegação burquinense visitar a cidade de Uberaba (MG), região que destaca-se nos setores de pecuária leiteira. “A cidade, conhecida mundialmente como centro de genética bovina, adota o modelo de criação da Embrapa”, ressaltou Célio Porto. Ele explica que, a partir da escolha da raça mais adequada às condições climáticas e ambientais de Burkina Faso, a criação pode ser facilmente adaptada à região.

Biocombustíveis – O interesse na produção de cana-de-açúcar e etanol também foi destacado pela delegação africana. O diretor de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Mapa, Alexandre Strapasson, citou exemplos positivos de cooperações, como o acordo com o Sudão. “Recentemente foi inaugurada uma usina de etanol naquele país, implantada a partir de acordo com empresas privadas sudanesas e brasileiras”, citou Strapasson. Segundo ele, vários programas de treinamento para técnicos de países africanos também estão em andamento, como a 2ª  Semana Etanol: compartilhando a experiência brasileira, que acontece em Ribeirão Preto (SP), de 16 a 20 de novembro, para subsidiar regiões em desenvolvimento no setor sucroenergético.

Após a reunião no Mapa, a delegação de Burkina Faso seguiu para a Embrapa Cerrados, para conhecer outros projetos de pesquisa desenvolvidos por técnicos brasileiros.