Ainda que tenha tido pouca influência na queda da receita das exportações brasileiras do agronegócio em setembro e nos primeiros nove meses do ano nas comparações com os mesmos períodos de 2008, a contínua depreciação do dólar em 2009 tira rentabilidade dos embarques do setor sem que aumentos de preços compensem a erosão na mesma medida.
Se as carnes bovina, suína e de frango passaram quase todo o ano sem essa compensação, a soja contou com boa demanda e preços mais elevados no primeiro semestre. Com a entrada da safra do Hemisfério Norte nas últimas semanas, contudo, as cotações recuaram e as reclamações dos exportadores aumentaram quase na mesma proporção.
O índice de atratividade das exportações do agronegócio do Cepea/Esalq identifica a perda de fôlego. Calculado com base em variações de volumes, preços e câmbio, o indicador atingiu o pico favorável de 2009 para as exportações em junho, mas recuou em julho (último dado disponível) e depois dólar e grãos perderam valor.
Nesse cenário, a RC Consultores estima quedas de 14% e 13%, respectivamente, na exportação e no superávit do setor em 2009.