“Diversificação de mercados é a saída para crises”. A afirmação foi feita pelo gerente de Relações de Mercado da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Adriano Nogueira Zerbini. Para ele, concentrar forças na abertura do mercado russo, por exemplo, é um erro. “A Rússia é um país unilateral, e trata com certo desprezo os seus parceiros comerciais [ao anunciar a redução das importações de carne de frango]”, afirma. “A Abef defende a abertura de novos mercados. Hoje atingimos 150 países, estamos pulverizando nossa atuação no mundo”.
Zerbini explica que o foco da Abef está nos países emergentes. “O mercado dos países desenvolvidos está saturado. A ação da Abef nestes locais é de atenção ao surgimento de barreiras e de promoção da carne de frango brasileira”, explica. “Por isso estamos focados na abertura de mercados emergentes, em especial na África e na Ásia”.
O mercado africano é muito interessante na opinião do representante da Abef. Ele explica que nos países onde o crescimento econômico atinge as classes mais humildes, o aumento de consumo de proteína é bastante considerável. “Quando há melhora nas condições econômicas da população, a primeira proteína que ela procura é a carne de frango, por ser a mais barata”, disse. “Logo, a África torna-se um mercado com muito potencial para nosso produto”.
De acordo com Zerbini, a Ásia segue paradigmas parecidos, e destaca a Indonésia como forte candidata a iniciar importações de frango Halal do Brasil. “A Indonésia possui 237 milhões de habitantes e um acordo comercial com este país pode trazer muitos benefícios para o nosso produtor”.
México – Apesar da proximidade adquirida nas últimas reuniões entre Brasil e México, Zerbini não vê no mercado mexicano uma oportunidade excepcional. “A conversa com os produtores deste país são muito lentas, uma vez que o México é uma área cativa dos Estados Unidos, assim como a América Central”, pontuou.