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CNA prevê queda de até 10% da produção rural em 2009

<p>Os produtores brasileiros estão comprando 6% menos fertilizantes do que no ano passado, o que demonstra que a queda pode ser maior que a estimada pelo governo.</p>

Redação (18/12/2008)- A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estimou nesta quinta-feira que a produção rural possa cair até 10% em 2009. A previsão é mais pessimista que a da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura, que espera uma queda de até 5% na produção no próximo ano. Segundo a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), o pessimismo maior da entidade é baseado em alguns dados reais que já começam a ser sentidos no campo.

– Os produtores brasileiros estão comprando 6% menos fertilizantes do que no ano passado, o que demonstra que a queda pode ser maior que a estimada pelo governo – afirmou.

Segundo ela, outro fator de risco é que os preços mundiais do produto caíram fortemente, em até 40%, mas essa queda não foi seguida na mesma proporção no custo da produção. A senadora disse que isso pode vir a gerar desemprego no campo. Ela acredita que o problema deve ser maior nos produtos de exportação internacional, como milho, trigo, soja e algodão, e na região Centro-Oeste, onde os custos são mais elevados devido à distância do produtor em relação aos portos.

Para Kátia Abreu, a produção de carne e arroz e a do Sul e do Sudeste devem sofrer menos com as turbulências econômicas em 2009. Para solucionar o problema, ela defendeu a criação de um sistema de seguro de renda ao campo, o que seria mais inteligente do que as atuais renegociações da dívida agrária. Para isso, a presidente da CNA defendeu uma maior transparência das contas dos produtores rurais, uma vez que o alto grau de incerteza hoje encareceria o custo dos seguros.

A senadora reafirmou que o PIB do agronegócio em 2008 deve chegar a R$ 698 bilhões, um crescimento de 8,62% sobre o resultado de 2007. Ela disse, contudo, que o ano foi totalmente atípico: enquanto na primeira metade de 2008, houve uma euforia sobre o crescimento dos preços, o segundo foi marcado por uma queda abrupta da renda.