Redação (02/12/2008)- Os preços internacionais de produtos agrícolas diretamente ligados à fabricação de alimentos, como milho, trigo, soja e arroz, tendem a apresentar melhor performance do que as cotações do petróleo ou dos metais em 2009, de acordo com analistas americanos consultados pela agência Dow Jones Newswires.
Como repetem também os especialistas brasileiros, esta expectativa é baseada no histórico de maior resiliência das commodities agrícolas em casos de desaceleração econômica global, ainda que seja praticamente inevitável, em certa medida, uma substituição do consumo de alimentos mais caros por opções mais baratas, o que ajuda a conter preços.
"A demanda por commodities agrícolas tende a ser menos elástica, menos dependente de fatores econômicos e mais vinculada ao crescimento populacional", afirmou Lawrence Eagles, analista do JPMorgan. A queda das cotações internacionais dos principais produtos agrícolas nos últimos meses e os problemas de crédito dos agricultores em países exportadores como o Brasil também desestimulam a produção, o que pode até apressar a recuperação de preços no ano que vem.
Projeções do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) mostram que para o trigo, por exemplo, a área plantada global deverá recuar 1,6% em 2009, enquanto a previsão para o consumo mundial é de aumento de 3,6%. Em mercados como os de cacau, café e açúcar, as estimativas apontam para um certo equilíbrio entre oferta e demanda globais, e problemas na oferta poderão elevar as cotações.