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Bahia quer ter carne especial para exportação

<p>A Captar Agrobusiness investiu R$ 15 milhões para iniciar o projeto.</p>

Redação (01/09/2008)- Um projeto de criação de bovinos pretende produzir uma carne diferenciada na Bahia, visando a exportação. A Captar Agrobusiness investiu R$ 15 milhões para iniciar o projeto – que inclui a integração lavoura-pecuária. Os primeiros animais começam a ser abatidos neste mês: são 4 mil bovinos. A meta é chegar a 2018 com 200 mil abates.

Este é o primeiro ano do projeto, que começou junto com a chamada estação das secas – quando a lavoura não estaria em uso. A Captar arrendou fazendas no Oeste Baiano e colocou seus animais no campo – mas o projeto prevê que, a partir do ano que vem, seja feito um confinamento, incluindo o sistema de boitel (quando "aluga-se o cocho).
Almir Morais Filho, gestor da Captar, explica que na lavoura é implantado o pasto e, aliado a isso, há a suplementação alimentar. Entre a entrada na fazenda e o abate, o ganho de peso foi de cerca de cinco a seis arrobas.
"Trata-se de um sistema de ganha-ganha", diz. Segundo ele, o pagamento do arrendamento se dá por duas formas: ou por cabeça ou por participação no ganho de peso (50%). Em média, de acordo com Morais Filho, cada agricultor ganhará o equivalente a entre 2 a 3 sacas (60 quilos) de soja por hectare. "O processo de integração para o agricultor é o boi safrinha, no lugar do milho", afirma. No ano que vem, com o início do confinamento, serão entre 10 mil e 15 mil bovinos.
Morais Filho diz que a integração lavoura-pecuária deste ano é apenas o início de um projeto grande que visa a padronização da carne. Para isso, a empresa estimula o cruzamento de animais nelore com angus. A carne deste cruzamento pode ser até 25% mais cara que a do nelore: isto porque a raça européia é mais macia e o resultado é um anima também mais precoce: 18 arrobas com 20 meses – quando um nelore alcançaria 15 arrobas nesta idade. O gestor da Captar explica que com manejo sanitário adequado – que no caso da empresa está sob os cuidados da Merial – não há problema de adptação da raça européia, que tradicionalmente é mais susceptível a doenças.
Morais Filho explica que hoje apenas 5% dos animais que serão abatidos neste mês são do cruzamento. "A partir do ano que vem vamos ter a marca Captar (da carne de meio sangue com padrão de qualidade)", diz. Segundo ele, no entanto, o volume ainda não é suficiente para a exportação. De acordo com Morais Filho o início dos embarques vai depender da oferta e também do mercado – a empresa quer vender para a Europa, Japão e Estados Unidos, que tradicionalmente pagam mais pelo produto.