Redação (07/08/2008) – A Coréia do Sul, que depende fortemente da importação de fontes de energia, anunciou o plano de investir na produção de biodiesel no Brasil. Um pool de 20 empresas do país deve definir até o fim do ano a localização de uma unidade para processamento de óleo de soja e produção de biodiesel no Paraná. O investimento inicial no projeto será de US$ 30 milhões.
A preferência é pela instalação da unidade em algum dos municípios da região metropolitana de Curitiba, segundo Hong Soon Kang, presidente da Cãmara de Comércio Brasil-Coréia, que representa as empresas nas tratativas com o governo paranaense.
"Essa área seria a ideal porque fica próxima do porto de Paranaguá", disse ele. Toda a produção da unidade será para exportar para a Coréia. O pool de investidores inclui empresas de áreas como a de construção civil, entre elas a Lexel. Kang não informou o nome das demais envolvidas no projeto.
A prioridade será dada à instalação da unidade em área próxima de Curitiba, mas outras alternativas não estão descartadas. No encontro com representantes da Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, também foi apresentada a possibilidade de construção na região norte do Paraná, mais próxima das regiões produtoras de soja.
Os coreanos querem decidir sobre a localização entre outubro e novembro, mês em que nova missão dos investidores deve desembarcar no Brasil. A programação prevê início das obras em março de 2009 e término da construção sete meses depois.
Grupos de empresas coreanas ou mesmo investidores individuais do país têm buscado alternativas de produção de combustíveis, inviável no exíguo território coreano. O programa de adição de biodiesel ao diesel convencional da Coréia prevê mistura obrigatório de 3% até 2012. O percentual compulsório é o mesmo adotado pelo Brasil desde o dia 1º de julho.
"As empresas também têm buscado fonte alternativas de energia na Indonésia, na Malásia, nas Filipinas", diz Kang. O aporte de US$ 30 milhões no projeto paranaense deverá crescer depois do início das operações, que terão como base tanto a produção de soja de agricultores locais quanto em terras próprias do coreanos.
Entre as incursões mais recentes dos coreanos no biodiesel figura a da Samsung, que anunciou no fim de julho um desembolso de US$ 1,63 bilhão para produzir biodiesel a partir da palma na Indonésia.