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Incentivo no Amazonas

<p>Governo do Estado distribui sementes para incentivar a produção agrícola.</p>

Redação (04/08/2008)- O governo do Amazonas quer incentivar a produção agrícola e fomentar o comércio de produtos agropecuários. Para tanto, de acordo com a Secretaria de Produção Rural do Estado (Sepror), cerca de 900 toneladas de sementes serão distribuídas, entre julho e agosto, para os produtores rurais que trabalham com o cultivo de grãos, como arroz, milho e feijão, e de fibras feitas de malva e juta, entre outros.

Todas as comunidades cadastradas no Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) receberão as sementes. O trabalho será realizado em parceria com as cooperativas locais e deve beneficiar quase 100 mil agricultores em todo estado.

Além de incentivar o cultivo agrícola, o governo amazonense anunciou que vai investir mais de R$ 7 milhões na recuperação de estradas, buscando acelerar o escoamento da produção rural.

O secretário Executivo da Sepror, Ferdinando Barreto ressalta a importância da ação para cada município contemplado, lembrando que, tradicionalmente, a produção agrícola amazonense não é suficiente para abastecer o estado.

"As sementes serão distribuídas em todo o estado e quem ganha com isso é a sociedade de maneira geral, porque o trabalho desses produtores assegura o abastecimento dos municípios amazonenses. Isso sem falar na perspectiva de aumento de renda para os produtores", ressalta.

A distribuição de sementes faz parte do programa de incentivo ao produtor rural, o Pró-Sementes, que conta com investimentos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O principal objetivo é ampliar a atividade econômica, aumentar a renda dos produtores dos municípios participantes e eliminar a dependência do estado com relação ao fornecimento das sementes, principalmente as de juta e malva.

No total, serão distribuídas 300 toneladas de sementes de milho, 260 toneladas de arroz, 130 toneladas de feijão, 300 toneladas de banana, 50 toneladas de pupunheira e, ainda, sete toneladas de sementes de hortaliças para todos os municípios amazonenses.

De janeiro a dezembro de 2007, de acordo com dados do Idam, a produção de hortifrutigranjeiros no Amazonas só foi auto-suficiente em mandioca e milho. Para se ter uma idéia do déficit de produção, das mais de 99,1 mil toneladas de arroz que o Amazonas consumiu no ano passado, apenas 13,2 mil toneladas foram produzidas no estado.

Na avaliação do presidente do Conselho Nacional de Seringueiros (CNS) no Amazonas, Manoel Cunha, o Pró-Sementes tem um papel muito importante no que diz respeito ao apoio do trabalho agrícola. Contudo, deixa claro sua preocupação com o acompanhamento das atividades após a distribuição das sementes.

"Infelizmente, até a verdura para fazer a salada em alguns municípios do interior precisa ser importada. Nesse sentido, o Pró-Sementes tem um papel muito importante, porque vai contribuir mesmo com o auto-abastecimento. Mas é preciso pensar além e não esquecer que o governo deve se preocupar em acompanhar os agricultores para que não cheguemos a uma situação onde um seringueiro precise de uma área intacta para fazer seu trabalho e o vizinho queira derrubar as áreas para fazer agricultura", diz Cunha.

Ainda segundo o dirigente do CNS no Amazonas, a agricultura familiar nos municípios precisa ter garantias para sua sobrevivência. "A minha preocupação é só com o gostar disso. De repente, o município gosta e começa a produzir em larga escala, ameaçando os outros recursos da floresta. Tenho medo que isso se torne um problema para nós, por exemplo, os seringueiros. E é por isso que insisto na importância de eles serem sempre acompanhados."