Redação (12/12/2007)- O custo de produção da soja subiu, pelo menos, 10% nesta safra, na comparação com o ano anterior. Segundo cálculos do Centro de Estudos de Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq/USP), houve aumento nos preços de fertilizantes e dos glifosatos. Além disso, também foi registrado aumento nos custos da mão-de-obra e dos combustíveis.
""O produtor eficiente não tem menos de R$ 20 de custo de produção. Hoje o agricultor não planta soja se os custos não compensarem"", salienta Anderson Galvão, diretor da Celleres (instituto privado de análises do agronegócio).
Segundo ele, nesta safra os paranaenses poderão ter uma rentabilidade de cerca de 30% na saca. Cálculos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), mostram que nesta safra o custo de produção para o plantio direto foi estimado em R$ 27,43 a saca, enquanto em 2004, o custo era de R$ 29,24 a saca.
No entanto, há três anos o dólar estava cotado a R$ 3,80 e a cotação da soja também atingiu recordes devido à depreciação do Real. ""Agora o dólar baixo estabilizou os preços dos insumos. Há um equilíbrio entre o baixo valor da moeda e os altos preços do grão no mercado internacional"", avalia Otmar Hubner, engenheiro agronômo do Deral.
Safra
Nesta safra, a área plantada de soja no Paraná será de 3,921 milhões de hectares, semelhante à cultivada na safra anterior. A estimativa é de uma colheita de 11,910 milhões de toneladas do grão, com uma produtividade média de 3.040 quilos por hectare. ""Esperávamos uma área maior em função dos preços e do próprio mercado. Os preços do milho também estão altos, mas a soja tem menos risco climático do que o milho, os tratos culturais são mais fáceis"", observa Hubner.
No entanto, ele lembrou que muitos produtores rurais optaram por plantar a soja mais cedo neste ano para, depois, cultivar o milho safrinha. ""A soja sempre tem liquidez"", diz. O engenheiro agrônomo lembra que os estoques mundiais são os mais baixos da história com 49.35 milhões de toneladas.