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USDA projeta estoques globais menores

<p>O USDA reviu para baixo as suas projeções de produção e estoques globais de grãos em seu último relatório de oferta e demanda.</p>

Redação (13/08/07) – Mas a fuga dos fundos de investimentos das bolsas por conta das incertezas sobre os efeitos da crise imobiliária americana sobre o mercado financeiro neutralizou os números do USDA. 

"Os bancos centrais injetaram mais dinheiro no mercado que no atentado de 11 de setembro, e todas as bolsas foram afetadas", disse Flávia Moura, da Fimat Futures. 

O USDA revisou para baixo as projeções para produção, consumo e estoques de soja. Para Renato Sayeg, da Tetras Corretora, as mudanças levaram em conta, no lado da oferta, a quebra de safra na China devido à seca e a redução do esmagamento na Argentina em função do plano de contenção de energia. No lado da demanda, o USDA reduziu o consumo chinês em 1,55 milhão de toneladas, para 48,45 milhões, devido à redução do plantel de suínos após a doença da orelha azul. 

"O relatório desapontou o mercado, que esperava um aumento da produtividade das lavouras", afirmou Sayeg, observando que as 14 principais empresas de grãos dos EUA projetam produtividade maior que a apontada pelo USDA. Com a turbulência no mercado financeiro, o contrato de soja para setembro recuou 6 centavos de dólar e fechou a US$ 8,56 por bushel. 

Apesar de o USDA ter revisto para cima a projeção para a produção americana de milho em 2007/08, de 323,6 milhões de toneladas em julho, 341,2 milhões em agosto, o grão fechou em leve alta em Chicago. Dezembro subiu 1,75 centavo de dólar a US$ 3,505 por bushel. Segundo a Dow Jones, os dados da produção e as preocupações nos mercados financeiros estimularam vendas, mas durante as baixas do dia especuladores aproveitaram para comprar. 

Paulo Molinari, da Safras&Mercados, disse que o USDA considerou uma produtividade de 152,8 bushels por acre para o milho, enquanto o mercado esperava rendimento de 151,4 bushels diante das condições climáticas. 

Segundo ele, o USDA confirmou a queda na produção de milho da Europa, de 55 milhões para 48 milhões de toneladas, o que eleva a necessidade de importação. E essa demanda extra européia favorece o Brasil, que é praticamente o único país com disponibilidade de milho não transgênico e por isso consegue um prêmio de cerca de US$ 50 por tonelada, disse. 

Ele informou que já foram fechadas vendas das safras atual e da nova para a Europa por US$ 200 a US$ 203 por tonelada, ou R$ 22,50 a R$ 23,00 por saca no porto de Paranaguá. "Há três semanas, estava em R$ 18,50", diz. Para ele, com a produção recorde prevista nos EUA, o milho só não está em queda no Brasil por causa da demanda européia.