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Queda de embarques de frango em 2006 foi menor que a esperada

<p>A queda no volume das exportações brasileiras deste ano deverá ser menor que a estimada por conta do bom desempenho dos embarques no último trimestre.</p>

Redação (19/12/06) – E a indústria espera recuperação em 2007, segundo projeções da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef).

Em volume os embarques devem recuar 8% para 2,62 milhões de toneladas neste ano, ao invés dos 10% projetados inicialmente. A receita deverá ser 12,7% menor com US$ 3,065 bilhões, número dentro do esperado. Os embarques, que vinham caindo a taxas de dois dígitos até setembro, ensaiaram uma recuperação em outubro (queda de apenas 1,6%) e aumentaram 37,38% em novembro. Para dezembro é esperado um desempenho pelo menos parecido com o de 2005.

Para 2007, as estimativas da Abef apontam aumento de 7% no volume, para 2,8 milhões de toneladas e crescimento de 7,7% na receita, para US$ 3,3 bilhões. A recuperação, entretanto, será parcial e não deverá atingir os níveis pré-gripe aviária. Em 2005, o Brasil exportou 2,846 milhões de toneladas de carne de frango com receita de US$ 3,509 bilhões. Isso porque não se espera um aumento significativo no preço médio da tonelada exportada. “Há pouca possibilidade de que o preço chegue aos níveis de 2005”, considerou Ricardo Gonçalves, presidente da entidade. Ele lembrou que os preços obtidos em 2005 foram excepcionais e, portanto, oferecem uma base de comparação muito alta e difícil de ser alcançada. O temor em relação à gripe aviária, o principal motivo da queda das exportações, também deve continuar a pressionar as cotações do produto, mas não na mesma intensidade que neste ano.

Se não há muito otimismo com relação a preços, o executivo espera que novos mercados possam ser conquistados no próximo ano, como Malásia, Estados Unidos e México. No mercado malaio, existe a possibilidade de empresas brasileiras se associarem a companhias locais para importar frango in natura do Brasil para processamento e posterior exportação. “Se conseguirmos entrar nesse mercado ganharemos visibilidade em outros países muçulmanos”, considera Gonçalves. Nos Estados Unidos o foco da exportação brasileira seria a carne cozida.

Encontrar novos mercados para a carne de frango industrializada será um dos desafios para as companhias brasileiras em 2007. A União Européia (UE), que compra 87% das exportações desse produto, impôs cotas ao frango que serão facilmente preenchidas no ano que vem. A continuar a dependência do mercado europeu, as exportações de industrializados, que apresentam crescimento de 20% ao ano, ficarão engessadas. “A partir de 2008 nossas exportações para a Europa não vão mais crescer por conta das cotas”, alerta Gonçalves.

O segmento de industrializados é o que mais cresce na pauta das exportações brasileiras de carne de frango. Em novembro, os embarques cresceram 138,9% para 15.381 toneladas ante 2005. A receita aumentou 112,4% para US$ 32,132 milhões. No acumulado do ano até novembro, os embarques aumentaram 52% para 114,6 mil toneladas. A receita subiu 53,4% para US$ 251,5 milhões.

Para dar mais visibilidade ao produto brasileiro, a Abef acaba de renovar por dois anos um contrato com a Agência de Promoção das Exportações (Apex) no valor de R$ 2,7 milhões. As ações de divulgação prevêem a participação em feiras internacionais, distribuição de materiais promocionais e o Projeto Imagem, pelo qual as entidades divulgarão o frango brasileiro junto a formadores de opinião dos principais mercados. Tais ações serão também uma forma de rebater acusações que, segundo Gonçalves, têm sido divulgadas na imprensa européia sobre a qualidade da carne brasileira