Redação (11/09/06)- A agropecuária sul-mato-grossense acumula sozinha saldo de 7.262 mil postos de trabalhos criados de janeiro a julho deste ano, enquanto todos os setores da economia geraram juntos apenas 4.612 postos de trabalho no Estado nos 12 meses de 2005. Mesmo diante da crise de rentabilidade das principais commodities, a atividade continua como o terceiro maior empregador do País, perdendo apenas para o setor de serviços e a indústria de transformação, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. No Brasil, nos últimos sete meses, a agropecuária gerou um saldo de 219.329 empregos com carteira assinada, considerando-se o número total de admissões menos os desligamentos.
De janeiro a julho, o setor agropecuário admitiu 704.875 pessoas com carteira assinada, enquanto 485.546 trabalhadores foram demitidos saldo de 219.329. A recuperação na criação das vagas criadas pela agropecuária fica evidente em Mato Grosso do Sul quando comparado o desempenho dos sete primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2005.
Apenas no primeiro semestre deste ano, a agropecuária gerou 7.043 empregos no Estado, fruto da admissão de 21.876 pessoas e da demissão de outros 14.833 trabalhadores. No mesmo período do ano passado o saldo aumento de 97%. No mesmo período, o saldo foi de 3.568 novos empregos, sendo 22.580 admissões e 19.012 demissões. Nos sete primeiros meses deste ano, considerando-se todas as atividades econômicas, há saldo de 13,6 mil vagas de trabalho formal geradas em MS.
Em todo o País, considerando-se todos os setores da economia, já foram criados até julho 1.078.155 novos empregos. A estimativa é que até o final do ano os empregos com carteira assinada no País cheguem a 1,25 milhão, número de postos criados no ano passado. Na agropecuária, só no mês de julho foram criadas 27.748 vagas. O Estado com maior geração de vagas na atividade até agora foi São Paulo, que já criou 106.442 novos postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano, seguido de Minas Gerais, com 87.905 novos postos.
Os meses de abril, maio e junho apresentaram os melhores resultados em termo de admissões na agricultura. Os três meses coincidem com a época de colheita de grãos. Apenas em junho o saldo foi de 64.708 novos empregos, mais de 40 mil só em Minas Gerais, onde o número de vagas foi impulsionado pelo avanço da cultura de cana-de-açúcar e da citricultura. Em julho, a agricultura foi profundamente influenciada pela sazonalidade associada à safra do café em Minas Gerais, criando 8.280 novos empregos no Estado, e pelo cultivo de frutas cítricas que gerou 5.981 empregos com carteira assinada em São Paulo.
Incluindo-se as demais pautas do agronegócio (madeira e mobiliário, papel e celulose, borracha, fumos e couros, produtos têxteis e vestuário, calçados, produção de alimentos e bebidas) o total de empregos com carteira assinada gerados já soma 380.812 nos primeiros sete meses do ano. No ano passado, o agronegócio foi responsável por 27,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, somando R$ 538 bilhões.
Um estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que para cada R$ 10 milhões de acréscimo na produção agropecuária, 1.193 empregos são criados (620 diretos, 186 indiretos e 387 empregos efeito-renda empregos provenientes do aumento do consumo devido ao crescimento da renda). Segundo o documento do BNDES, os demais setores que completam o ranking dos 10 mais intensivos em mão-de-obra são, respectivamente, serviços prestados à família (educação, saúde, lazer), madeira e mobiliário, indústria do café, comércio, abate de animais, fabricação de óleos vegetais, beneficiamento de produtos vegetais e indústria de laticínios. Nesta equação, a agropecuária é o segundo maior gerador de empregos, perdendo apenas para o setor de vestuário.