Redação (10/07/06) – O alojamento de pintos de corte no Brasil subiu novamente em junho, para 386 milhões de unidades, segundo José Zeferino Pedroso, presidente da Coopercentral Aurora e da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc). O dado, da União Brasileira de Avicultura (UBA), acendeu a luz vermelha no setor, de acordo com Pedrozo. O novo crescimento – em abril, foi de 333 milhões e atingiu 376 milhões em maio – acontece num momento em que o Rio Grande do Sul acaba de confirmar um foco da doença de Newcastle, o que pode acarretar embargos ao frango brasileiro.
“Um período que esperávamos que poderia ser bom, que seria o segundo semestre, poderá ser o inverso”, diz Pedrozo. Segundo ele, o mercado estava começando a regular oferta e agora convive com dois meses consecutivos de aumento. A situação preocupa porque as exportações ainda sentem os efeitos da queda demanda por causa da gripe aviária na Europa e na Ásia. E a divulgação, na sexta-feira, de um caso do vírus H5N1 em uma ave aquática no norte da Espanha, após meses sem novos registros na Europa, pode reavivar o temor da doença.
“A grande verdade é que não sabemos se a crise passou”, diz. Segundo Pedrozo, os estoques de mercados importantes para o frango brasileiro como o árabe e japonês continuam altos. “Os japoneses já falam em reduzir o preço pago porque estão estocados”.
O executivo defende que o setor volte a reduzir a produção e que não ocorra “a Lei do Gerson, pelo qual se quer levar vantagem em tudo”. Ele se referia à possibilidade de algumas empresas terem ampliado a produção para ocupar espaço de outras que reduziram.