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Gripe aviária e aftosa provocam a demissão de 10 mil na indústria de alimentos de MS

<p>A queda nas exportações provocou a demissão de pelo menos dez mil dos vinte e cinco mil traalhalhores do setor de carnes, frios e derivados no Estado.</p>

Redação (21/06/06) – A queda nas exportações de aves e bovinos produzidos em Mato Grosso do Sul em virtude dos focos de febre aftosa nos municípios da região fronteiriça no ano passado e o avanço da gripe aviária na Europa e Ásia já provocou a demissão de pelo menos dez mil dos 25 mil trabalhadores do setor de carnes, frios e derivados no Estado. O reflexo mais recente em Mato Grosso do Sul ocorreu esta semana em Ribas do Rio Pardo, onde o Frigorífico Atlas deu férias coletivas para os 390 funcionários até avaliar que rumo deverá tomar nas próximas semanas.

De acordo com o presidente da FTIAA/MS (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Alimentícias e Afins de Mato Grosso do Sul), Rinaldo Salomão, esse número de dez mil desempregados no Estado é real, baseado em levantamentos feitos em todas as indústrias. Quando surgiu o primeiro foco de aftosa em Mato Grosso do Sul, a CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Alimentícias e Afins) e outras entidades sindicais, inclusive centrais sindicais e representantes do Ministério do Trabalho, promoveram uma reunião em Campo Grande para discutir as conseqüências da aftosa e adotar providências no sentido de evitar a demissão dos trabalhadores.

Após essa reunião, foram realizados encontros no Ministério do Desenvolvimento e no Ministério do Trabalho com o objetivo de buscar soluções para a crise que atinge o setor, sempre com o objetivo de preservar o emprego dos trabalhadores. Em uma dessas reuniões no Ministério do Trabalho chegaram a participar algumas empresas que estavam demitindo ou colocando os trabalhadores em regime de férias coletivas, quando, mais uma vez, a CNTA e a FTIAA/MS, entre outras entidades, reiteraram o posicionamento em defesa dos trabalhadores.

Congresso

Preocupada com o desemprego da indústria da alimentação depois da crise da febre aftosa e da gripe aviária, a CNTA realiza na quinta-feira em Campo Grande o 1 Congresso Nacional dos Trabalhadores do Setor de Carnes, Frios e Derivados, com a presença de trabalhadores de base e dirigentes sindicais de todo País. O encontro será das 9h às 16h no Palácio Popular da Cultura e tem como objetivo discutir a situação das pessoas que atuam nesses setores ainda duramente afetados por forte crise.

Durante esse congresso, dirigentes sindicais de outros grandes centros, como São Paulo, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, também apresentarão os problemas. Segundo Rinaldo Salomão, o congresso buscará também soluções para esses problemas e que serão encaminhadas aos órgãos e autoridades competentes.

No encontro, os sindicalistas discutirão também algumas reivindicações da categoria em todo País, entre as elas, a participação nos lucros e resultados das empresas, piso salarial nacional na proporção do custo de vida, implantação de planos de cargos e salários nas empresas com a participação dos sindicatos dos trabalhadores, segurança e higiene no trabalho, fim da terceirização e do banco de horas, redução da jornada de trabalho sem redução de salário e a responsabilidade social das empresas.