Redação AI (26/05/06)- O avestruz é o animal mais produtivo que existe e o Brasil já é o segundo maior criador do mundo. Mas nem por isso a atividade é uma promessa de rentabilidade imediata ou sem precedentes, como muitas vezes se costuma divulgar. Grande defensor da atividade, o superintendente técnico-científico da Associação de Criadores de Avestruz do Brasil (Acab) e médico veterinário, Bernardo Carneiro, frisa que a estrutiocultura não é uma galinha dos ovos de ouro, é um agronegócio como outro qualquer, mas que sinaliza muito bem pela vocação do país e pela excelência que a avicultura brasileira alcançou. Ele proferiu a palestra “Estrutiocultura: o agronegócio que mais cresce no Brasil”, no IV Enipec, realizado em Cuiabá.
Como atrativos na criação de avestruz, Carneiro destaca a alta qualidade da carne – que apresenta baixo teor de gordura; o couro – que é o segundo mais valorizado do mundo, por ser durável, resistente e bonito; além das plumas, das quais o Brasil é o maior importador, por conta do carnaval.
O veterinário também lembra que o país tem todas as condições favoráveis para o desenvolvimento da estrutiocultura. Entre essas condições vale ressaltar a sanidade animal, a abundância de grãos (o que resulta em ração de baixo custo), condições climáticas adequadas, um mercado doméstico de 180 milhões de consumidores, mão-de-obra abundante e tradição de criatório e competitividade nas exportações.
De acordo com Carneiro, quando se começa uma atividade, geralmente o investidor busca visualizar o mercado externo. Contudo, ele salienta ser importante olhar também o mercado interno que, no caso do Brasil, é promissor. Para exemplificar, ele compara que se pelo menos 0,1% da população do país consumisse carne de avestruz, seriam necessários 568 mil animais/ano para abate. Hoje, 10 anos após a introdução da atividade no Brasil, o plantel é de 530 mil animais. Ou seja, ainda há muito para crescer.