Redação (18/05/06)- Caso o governo Federal anuncie medidas que não contemplem as necessidades dos produtores rurais – previstas para o próximo dia 25 de maio – o presidente do Sindicato Rural de Sinop (MT), Antônio Galvan, prevê que a situação do setor fique catastrófica. As estimativas apontam que 1,5 milhão de toneladas (t) de milho possam se perder nas lavouras. Os dados são referentes à produção de toda região Norte de Mato Grosso, com área plantada estimada em 600 mil hectares (ha).
Os produtores rurais trabalham com o custo de produção do milho (safrinha) com média de R$ 12,50 por saca, contra uma cotação de mercado que não paga nada além de R$ 6, valor menor que a metade dos gastos com a produção. Se o governo Federal não der garantia de preço mínimo, existe sim a possibilidade de tudo se perder no campo, pois abandonando as lavouras os prejuízos aos agricultores serão menores, explica o presidente do Sindicato Rural de Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá).
Galvan declara que os agricultores estão esperançosos, acreditando que a União colocará em prática a política de garantia dos preços mínimos. Apostamos que o governo Federal achará uma solução, pois isso foi repassado pelos participantes da reunião com o presidente Lula e estamos acreditando nisso.
Na opinião do presidente do sindicato, para que não haja essa perda de produção, a União terá que anunciar o Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP) e ainda aumentar a compra por parte da Aquisição do Governo Federal (AGF). Não estamos pedindo dinheiro, mas sim condições para voltarmos a trabalhar, pois já estamos tendo prejuízos e sempre na esperança de o governo fazer algo pelo setor, ressalta.
Caso a União coloque em prática as políticas de preços mínimos da produção agrícola, Galvan avalia que os agricultores poderão aproximar a receita do custo de produção. Atualmente o preço de compra do governo é de R$ 11,30 por saca de milho – neste caso, a AGF – e com o emprego da premiação (o PEP), que seria de R$ 5,30 por saca, o preço mínimo também seria alcançado.
Vamos dar mais um voto de confiança para o governo Federal, mas que esses valores sejam condizentes com a nossa necessidade, esclarece.
Safra 06/07 – O plantio da nova safra, de acordo com Galvan, está condicionado a três pontos: mínimo de dois anos de carência sobre as dívidas dos agricultores, restabelecimento do crédito dos produtores rurais e a diminuição do plantio, especialmente da soja, como forma reguladora do mercado. Se isso acontecer, a redução da área plantada será de 30%, mas se não for feita a redução ultrapassará os 50%, chegando a percentuais altíssimos, alerta.
Ele revela que os sojicultores deverão repensar o novo ciclo, pois as diversificações das áreas rurais poderão ser saídas alternativas à crise.