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Finlândia

<p>Eu queria ser um agricultor brasileiro, diz Ministro da Agricultura da Finlândia em visita oficial ao Brasil.</p>

Redação (29/03/06) – Em visita oficial ao Brasil, o ministro da Agricultura finlandês, Juha Korkeaoja, elogiou o agronegócio brasileiro durante um passeio realizado hoje (28/03) na fazenda de melhoramento genético Recreio, a 45 km de Brasília, acompanhado de técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Eu queria ser um agricultor brasileiro”, disse o ministro depois de conhecer a propriedade.

Durante a visita, o ministro demonstrou grande interesse pelo gado zebuíno e pelas diferenças da espécie em relação ao gado europeu. Ele ainda pediu explicações sobre o cruzamento genético do gado e se impressionou com os animais destinados à exposição. “O Brasil será cada vez mais uma grande potência no agronegócio mundial”, destacou.

Os finlandeses se interessaram ainda pelas condições de trabalho dos peões efetivos da propriedade e fizeram questão de visitar as instalações dos trabalhadores, casas padronizadas com dois cômodos. “Eles têm conforto, mas não têm luxo. É um pequeno comunismo que temos aqui”, graceja o dono da propriedade, Élson Cascão.

O ministro finlandês demonstrou estar impressionado com a profissionalização do agronegócio brasileiro e prometeu servir de interlocutor para a promoção da agricultura do Brasil. “Estou agradecido pela oportunidade de conhecer a fazenda. Estou impressionado com os cuidados e a tecnologia que vocês têm aqui. Já estou velho, mas se pudesse dar um conselho aos meus filhos, diria que viessem ser agricultores no Brasil”. 

Élson Cascão agradeceu o interesse dos integrantes da União Européia pelo setor produtivo brasileiro. “Espero que vocês levem para Finlândia a nossa fé, nosso bandeirantismo, nosso produtivismo. Porque o Brasil é um país que tem um grande potencial de inteligência, de tecnologia, de vontade, mas a gente precisa de recursos”. Durante a visita, Élson aproveitou para reiterar a importância das linhas de crédito ao produtor que possibilitaram a revitalização e construção de novas áreas na fazenda, a compra de matrizes e a renovação da pastagem.

Segundo o secretário substituto da Secretaria de Relações Internacionais do Mapa, Lino Colsera, a visita foi uma demanda finlandesa. “Queriam conhecer melhor o agronegócio brasileiro. Principalmente Pecuária de corte e agroenergia. Amanhã visitarão a Petrobrás no Rio de Janeiro para ver a produção de álcool. Em São Paulo, visitaram indústrias de celulose”.

De acordo com ele, é importante mostrar à Finlândia toda a potencialidade do agronegócio brasileiro. “Essa potencialidade deve-se à competitividade e a eficiência do nosso agronegócio. Mostrar que o Brasil tem as condições de produzir alimentos de forma barata assegurando a qualidade e a iniqüidade do produto, lembrando, claro, que no Brasil isso se dá sem a existência de subsídios. Acho que eles ficaram muito satisfeitos”.

A missão da Finlândia se reuniu ontem (27/03) com o secretário-executivo do Mapa, Luis Carlos Guedes. Após esse encontro, se reuniu com o secretário de Relações Internacionais do ministério, Célio Porto. Na pauta estavam o panorama geral do agronegócio brasileiro, a produção de carne bovina e os programas de açúcar a álcool do governo.

Em 2005, a Finlândia importou do Brasil aproximadamente U$ 93,5 milhões em produtos do agronegócio. Deste total, cerca de U$ 64,3 milhões são em café solúvel e em grãos. Em carne bovina o Brasil exporta para a Finlândia o equivalente a aproximadamente U$ 13,2 milhões. O Brasil ainda exporta o equivalente a U$ 2,5 milhões em maçãs para o país europeu.

A Finlândia importa em média U$ 4,3 bilhões em produtos do agronegócio todo ano. “A gente tem um espaço considerável para crescer nessas importações”, disse Lino Colsera sobra a pequena participação dos produtos do agronegócio brasileiro na balança comercial finlandesa.

Recreio A fazenda Recreio tem dois mil hectares e cerca de 1500 cabeças de zebuínos da raça nelore. Ela é também modelo em uso sustentável dos recursos naturais. Segundo Cascão, a propriedade encontrava-se desgastada com a plantação sistemática de arroz na região. “Tivemos que recuperar áreas degradas com o plantio de cerca de 100 mil arvores de espécies nativas. E ainda devemos plantar mais 50 mil”, diz o pecuarista. A fazenda tem ainda 290 hectares de área incorporada para uma futura reserva ecológica.