No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente define Biosseguridade como: “O estabelecimento de um nível de segurança dos seres vivos por intermédio da diminuição do risco de ocorrência de qualquer ameaça a uma determinada população. Isto inclui tanto os riscos biológicos como também questões relacionadas à saúde pública ou ainda à segurança nacional. Um programa de biosseguridade é composto por um conjunto de princípios, normas, medidas e procedimentos de cuidados com a saúde e o bem-estar de uma população, o que inclui, naturalmente, o meio ambiente” (MMAB, 2006).
Nos dias atuais, frente a uma aproximação do vírus da Influenza Aviária, ocorrendo em outros países da América do Sul, o assunto “Biosseguridade” voltou a ser tema de debates e publicações. Parece que apenas agora tais medidas são importantes, mas este tipo de ação precisa ser perene, fazer parte da missão e valores de cada empresa, pois só quando tais medidas se tornarem rotina e que o programa estará definitivamente implementado.
Um programa de Biosseguridade, além de proteger a entrada do agente na propriedade, deve conter um plano de contingência, ou seja, caso a propriedade seja positiva para um determinado agente, o que fazer para que ele se mantenha apenas neste local e não se dissemine para outras propriedades e/ou regiões?
Para que este programa seja um sucesso, precisamos não apenas de investimento financeiro, mas de um programa de educação continuada, disciplina estratégica (pessoa certa no lugar certo e treinamento) e dedicação (engajamento, agir como dono do negócio, plano de incentivo e mais treinamento). Neste ciclo, o que mais as empresas questionam, que é o investimento financeiro, mas sem os outros passos o investimento não adianta absolutamente nada!
A implementação de um programa de biosseguridade, passa por diferentes níveis, que vão desde a tomada de decisão da empresa em adotar um programa assim, passando pelos investimentos, que costumam ser significativos, até os níveis operacionais, e é impossível destacar qual seria o mais importante, pois todos precisam ser bem executados para garantia de resultados satisfatórios. Mas existe uma coisa em comum em todas as etapas: PESSOAS!!!
Pessoas que decidem por iniciar um programa de Biosseguridade, engajam equipes, têm disciplina, lideram mudanças e implementam conceitos. Dentro de um programa Biosseguridade, cada pessoa tem um papel fundamental e deve desempenhá-lo com maestria.
Sem o engajamento das pessoas, não existe nenhuma possibilidade de um programa de biosseguridade ser efetivo. De que adianta um arco de desinfecção que não é utilizado, uma cerca com um portão aberto, ou mesmo uma área limpa, não tão limpa? Estes programas são implementados, mas nunca são comunicados de forma clara. A comunicação de fato, se dá quando o interlocutor entende a mensagem, então falar, não é comunicar.
Usando os princípios da Andragogia, toda pessoa executa melhor qualquer tarefa quando ela entende, não só o como, não só o que, mas também o porquê de ela estar fazendo determinada tarefa. Será que quando pedimos para um funcionário trocar a cal do pedilúvio, ele sabe o porquê daquilo? As consequências que a negligência pode trazer para empresa? Sei que o tempo é um recurso finito, e estamos sempre com escassez deste recurso, mas investir tempo em comunicação, explicando o que, como e por que cada atividade deve ser executada, é um investimento de baixo risco e com um excelente retorno.
A comunicação deve ser clara e transcender os níveis hierárquicos, pois o melhor plano do mundo, sem comunicação e sem o engajamento das pessoas, sempre será um fracasso.