Redação AI 30/11/2005 – Durante a retomada da contagem das aves nas propriedades da Avestruz Master no dia de ontem, na região de Bela Vista, o Procon-GO registrou a morte de mil filhotes. Cerca de 46 mil avestruzes e ovos compõem o plantel das 14 propriedades da empresa nesta localidade. Cerca de 700 filhotes nascem todos os dias na Master I.
O levantamento da quantidade de aves da empresa nesta região é realizado pelo órgão desde o último dia 22. Responsável pela contagem das aves nas fazendas da Avestruz Master, o gerente de Fiscalização do Procon, Sebastião Natal, atribui como motivo das mortes a redução alimentar, aumento de infecções respiratórias devido ao período chuvoso, redução da temperatura e alteração dos tratadores. “Todos esses fatores podem cooperar com esse índice de mortalidade”, argumenta.
Na última sexta-feira, os técnicos do Procon que trabalham em parceria com a Agrodefesa registraram a morte de 600 filhotes em dois dias em conseqüência da redução alimentar. “Eles são frágeis e merecem maiores cuidados”, endossa Natal. As aves adultas recebem hoje cerca de 30% da alimentação de que precisam.
Após finalizar os trabalhos em Bela Vista na manhã de ontem, o período da tarde foi destinado para contagem de aves em Senador Canedo. Hoje as atividades continuam em Anápolis e Inhumas. Natal explica que contatos foram estabelecidos com Procons de outros estados a fim de que os responsáveis também iniciem a constatação de aves em suas localidades. Propriedades da Avestruz Master estão espalhadas em 18 municípios de Goiás, incluindo Bela Vista, e em nove diferentes estados, como Minas Gerais, Ceará, Tocantins, Mato Grosso e Bahia. A expectativa é que o plantel de Goiás seja concluído dentro de 15 dias.
RAÇÃO Carga de 17 toneladas de ração foi descarregada neste final de semana nas fazendas da Avestruz Master. Funcionários comentam que um fornecedor voltou a entregar ração balanceada em cargas menores entre as propriedades. Para maior rendimento, o alimento é misturado a uma ração farelada, fabricada pela própria empresa. “Temos que fazer esta mistura, pois as aves ainda não se adaptaram à nossa fabricação”, alega a zootecnista Kellen Alves.
De acordo com o representante dos funcionários da Master I, César Antônio do Nascimento, o estoque foi dividido com as fazendas Master 10, 9, 8 e a de Catalão, mas só irá durar três dias. “Os adultos estão com alimentação em racionamento. A morte dos filhotes é conseqüência de falta de higienização constante, temperatura ideal, medicação e empenho de funcionários”, avalia.
Em caso de barulhos estrondosos, como o vôo baixo de um helicóptero, diz Nascimento, os filhotes se desesperam e correm de um lado para o outro. O atropelamento do mais fraco com o mais forte resulta em machucados que exigem cuidados especiais, vitaminas e curativos. “Se não ficarmos atentos a estes detalhes, será um adulto comprometido, avisa. Mas o atraso do salário não motiva mais ninguém”, complementa.