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OMS quer US$ 1 bilhão para combater a gripe aviária

<p>O secretário-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Lee Jong-wook, disse nesta quarta (09/11) que são necessários US$ 1 bilhão para enfrentar a gripe aviária nos próximos três anos.</p>

Redação AI 10/11/2005 – A afirmação foi feita no encerramento do encontro sobre o tema em Genebra, na Suíça, onde participaram 600 delegados de 100 países. A OMS avalia que uma pandemia (epidemia de proporções mundiais) da doença é “inevitável” nos próximos anos.

A estratégia da OMS pretende melhorar os sistemas de alerta, os serviços veterinários, o preparo dos países para uma pandemia, dar acesso a drogas antivirais e ampliar as pesquisas sobre vacinas.

 

“O encontro identificou uma série de ações integradas que serão iniciadas imediatamente”, afirmou. “Os investimentos são urgentemente necessários a nível nacional, potencialmente alcançando US$ 1 bilhão nos próximos três anos.”

 

Ele também lembrou a necessidade de melhorar a comunicação com o público como prioridade e disse que um mecanismo de doação deveria ser criado.

 

Cientistas têm acompanhado a disseminação do H5N1 devido ao fato de que o vírus pode sofrer uma mutação, e passar a ser transmitido de humanos para humanos. Atualmente, seres humanos só se contaminam quando têm contato com animais doentes.

 

Jong-wook afirmou que o vírus ainda não se tornou letal para os humanos, mas “os sinais” de que isso podem acontecer “estão chegando”, disse. A variante H5N1 do vírus da gripe aviária já atingiu animais em 15 países da Europa e da Ásia desde que foi identificada pela primeira vez em animais, em 1996.

 

Segundo estimativas da OMS, ao menos 7,4 milhões de pessoas podem morrer em todo o mundo por conta de uma pandemia causada pela gripe aviária.

 

Ao menos 60% dos países vinculados à OMS declararam ter um plano de emergência contra uma possível pandemia mas, na maior parte dos casos, o planejamento “não passa de um pedaço de papel”, afirmou Mike Ryan, diretor da OMS para situações de emergência.

 

Inverno

 

“Se a pandemia acontecer no inverno [do hemisfério Norte, que começa em dezembro próximo], o mundo não poderá enfrentar a doença”, afirmou a ministra espanhola da Saúde, Elena Salgado.

Ainda que a gripe aviária tenha sido reincidente nos últimos anos, cientistas têm monitorado a disseminação do vírus H5N1 desde que a doença começou a infectar pessoas em 2004. Os primeiros casos foram registrados no Vietnã.

 

Desde então, mais de 120 pessoas foram infectadas no Vietnã, Camboja, Tailândia e Indonésia, afirmou a OMS. Mais de a metade dessas pessoas morreram.

 

Mais de 150 milhões de aves morreram ou foram sacrificadas em vários países, mas isso não pôde interromper a disseminação da doença na Ásia Central, Rússia e Leste Europeu.

 

Samuel Jutzi, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), afirmou que o prejuízo causado pela morte das aves já chega a US$ 10 bilhões.