Redação AI 09/11/2005 – O presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Zoé Silveira d`Avila, afirmou ontem (08), em entrevista coletiva, que, pelas suas condições de espaço territorial, clima e cuidados sanitários adotados permanentemente pelo setor avícola, existem poucas probabilidades de ingresso da Influenza Aviária e de outras doenças exóticas no território brasileiro. Ele considera que há atualmente uma preocupação excessiva em relação ao assunto e lembrou que o setor avícola adota, já há vários anos, todos os cuidados habitualmente recomendados para prevenir ocorrências de caráter sanitário. Acrescentou que, neste momento, em razão do recrudescimento dessas ocorrências em países asiáticos, os criatórios e estabelecimentos industriais do País intensificaram ainda mais as precauções e procedimentos adequados.
Zoé Silveira tem muita esperança, segundo disse, de que o Governo brasileiro finalmente oficialize e implemente o Programa de Regionalização Sanitária do Brasil, o que resultaria em um novo modelo de avicultura, com cada estado ou região funcionando como se fosse um país, no ponto de vista dos controles sanitários. Nesse caso, o tráfego de aves vivas para abate e descarte entre estados e/ou regiões ficaria proibido, os produtos avícolas só poderiam ser transportados através de corredores especiais de transito, passando por postos de fronteira para fiscalização previamente determinados e seriam adotadas precauções sanitárias ainda mais rígidas. A UBA espera que até 15 de dezembro seja assinada pelo Ministro da Agricultura a portaria que deverá oficializar a regionalização, para vigorar a partir de 1.o de janeiro do próximo ano.
Por outro lado, o presidente da União Brasileira de Avicultura fez um apelo ao Ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, para que adote medidas enérgicas e urgentes com o objetivo de evitar que a greve dos fiscais federais agropecuários, em andamento, acabe se transformando no maior problema do setor avícola do momento. Chamou atenção para o fato de que as indústrias processadoras de carne de frango dispõem de capacidade limitada de armazenamento e estocagem do produto e lembrou que grande quantidade de caminhões frigoríficos e containeres aguarda a expedição dos competentes certificados sanitários para liberação, o que é problemático porque se trata de produto perecível, mesmo que congelado. Além disso, o ritmo dos embarques, no caso das exportações, não pode ser interrompido para não afetar o cronograma de embarques e entregas aos compradores externos.
Apesar dos problemas, segundo Zoé d`Avila, o setor avícola está otimista e acredita que até dezembro terá mantido sua atual taxa de crescimento, situada em torno de 8,5%.