Redação AI 19/10/2005 – A gripe das aves preocupa o setor no Brasil há muito tempo. Desde 2002, as indústrias adotam medidas para proteger as criações.
O diretor-executivo da União Brasileira da Avicultura (UBA), Clóvis Puperi, disse que eventos realizados em Chapecó foram deslocados para regiões mais distantes do centro produtivo. As empresas restringiram visitas a criações e cercaram os aviários com tela para impedir a entrada de animais potencialmente transmissores de doenças.
Puperi espera que o foco de aftosa no Mato Grosso do Sul sirva de alerta ao governo brasileiro para reforçar as barreiras sanitárias na fronteira.
Outra medida necessária, de acordo com o diretor da UBA, é eliminar resíduos de alimentos dos navios e aviões que chegam do exterior, além de evitar que pessoas da área de risco cheguem próximo de zonas produtoras.
Importação de avestruz está proibida
A partir de janeiro, entrará em vigor a regionalização da avicultura por estados. Puperi disse que inicialmente os três estados do Sul terão sua produção regionalizada, pois respondem por 83% da exportação. Com isso o setor cria mecanismos mais eficientes de proteção e pode evitar que um possível foco em outras regiões suspenda as exportações de todo o país.
A presidente do Núcleo dos Médicos Veterinários do Oeste de SC, Nelva Grando, avalia que um foco de gripe das aves no Brasil no atual estágio seria uma catástrofe ao setor produtivo. As exportações seriam suspensas, parando frigoríficos, gerando demissões e impactos em outros setores.
Nelva avaliou que o controle sanitário das agroindústrias brasileiras é bom e garante um produto de qualidade. A importação de avestruzes e matrizes de peru e frango vivas de outros países já foi proibida. Pessoas provenientes de áreas de risco devem passar por uma quarentena.
A regionalização, segundo Nelva, vai melhorar ainda mais o controle, evitando o trânsito de aves para o abate entre os estados e também subprodutos como camas de aviário e vísceras.