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Exportação sustenta resultados da Sadia

Empresa, que faturou R$ 5,3 bilhões até setembro, já contratou quase 5 mil pessoas neste ano.

Da Redação 10/11/2004 – Se o crescimento da demanda no mercado interno ainda está aquém do esperado, o desempenho das exportações continua a influenciar positivamente os resultados da Sadia. A empresa faturou R$ 5,3 bilhões de janeiro a setembro deste ano, dos quais R$ 2,655 bilhões em vendas externas. O valor das exportações é 40,7% superior ao do mesmo período de 2003.

A maior demanda, impulsionada pela epidemia de influenza aviária na Ásia, levou a empresa a contratar mais empregados este ano. Foram 4.949 novos funcionários até setembro, elevando o total para 39.381 pessoas. O crescimento foi de 14,4%, enquanto o aumento médio anual no número de funcionários de 1998 a 2003 ficou em 9%. O diretor de finanças da Sadia, Luiz Murat, acrescentou que a aposta da empresa em produtos industrializados também explica o maior número de contratações.

Em relação às exportações, Murat observou que a empresa passou a produzir maior volume de um corte de frango – o kakugiri (pequeno pedaço da perna da ave) – porque a Tailândia, afetada pela influenza, teve de parar de exportar produtos in natura para o Japão. As vendas de cortes de frango in natura foram beneficiadas, mas os preços do produtos industrializados foram pressionados, segundo Murat. O preço médio caiu 31,8% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2003. O motivo principal é que a Tailândia elevou as ofertas na Europa pois só pode exportar produtos cozidos. “Isso dificultou a entrada de industrializados na Europa, mas vendemos mais na América Latina e em Cuba”, disse.

As vendas externas de produtos industrializados nos primeiros nove meses do ano cresceram 92,2%, para 53,8 mil toneladas. As exportações de aves subiram 35,1%, para 507,3 mil toneladas, e as de suíno caíram 21,3%, para 60,5 mil toneladas, por causa de restrições da Rússia.

Com a demanda ainda vacilante, os volumes de venda da Sadia no mercado interno cresceram de forma mais modesta até setembro: os industrializados subiram 11,7%, atingindo 434,8 mil toneladas; suínos cresceram 4,8%, para 37,4 mil toneladas e aves tiveram recuo de 0,3%, para 63,5 mil toneladas.

O incremento na receita doméstico também é menos acelerado que nas exportações. De janeiro a setembro, as vendas no mercado interno totalizaram R$ 2,648 bilhões, uma alta de 18,3% na comparação com os primeiros nove meses de 2003. “A demanda [interna] ainda é lenta, por isso não conseguimos repassar os maiores custos aos preços”, afirmou Murat.

Esse quadro de demanda tímida e custos maiores com embalagens e frete – por causa da alta do petróleo – afetou as margens da Sadia. No terceiro trimestre, a margem bruta caiu para 28,5%, contra 33,1% em igual trimestre de 2003. No período, o custo do produto vendido subiu 34%, enquanto as aves, por exemplo, subiram 13,6%.

Para recompor as margens, a Sadia vai elevar os preços em 15% no último trimestre, quando espera vender 5% a 10% mais que em igual época de 2003. A perspectiva para 2005 é de um crescimento de 8% a 10% nas vendas, segundo Murat. Ele acrescentou que a empresa deve investir R$ 350 milhões em 2005, sendo R$ 185 milhões na Resende, em Uberlândia. O restante será na ampliação e modernização de outras unidades no país.