As exportações brasileiras de carne de frango estão prestes a alcançar um marco histórico: pela primeira vez, devem ultrapassar 5 milhões de toneladas em um único ano. O principal fator por trás deste recorde é o crescimento de 33,3% nos embarques para a China, que continua a sofrer com os efeitos da peste suína africana. Além disso, o Brasil não tem registrado casos de gripe aviária, o que tem contribuído para aumentar a demanda pelo produto.
No primeiro quadrimestre do ano, o faturamento das exportações cresceu 19%, para US$ 3,5 bilhões (R$ 17,5 bilhões), e o volume exportado aumentou 12%, para 1,75 milhão de toneladas, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A estimativa é que as exportações sigam acima das 400 mil toneladas por mês daqui para frente.
Luís Rua, diretor de mercados da ABPA, prevê que as vendas externas devem crescer entre 8% e 10% em relação ao ano anterior, quando o Brasil exportou 4,8 milhões de toneladas. Se a projeção se confirmar, as vendas externas ficarão entre 5,2 e 5,25 milhões de toneladas, com faturamento de mais de US$ 10 bilhões.
A São Salvador Alimentos, com vendas para 75 países, espera um crescimento de 20% em suas exportações, especialmente depois de ter sua exportação suspensa pelos chineses no ano passado. “As perspectivas para 2023 são positivas, com retorno da exportação para a China”, diz Antonio Augusto Toni, diretor comercial da empresa.
Apesar da forte demanda dos chineses, a ABPA está concentrando esforços na conquista de novos mercados. “Começamos o ano com a abertura do mercado na Polinésia Francesa, que apesar de pequeno, é de alto valor agregado”, diz Rua. A BRF acaba de fechar seu primeiro pedido para o país, de 27 toneladas. “Temos expectativas de aumentar o negócio”, afirma Leonardo Byrro, diretor de exportação da empresa.