Redação AI 24/06/2003 – Depois de uma queda acumulada de 20,26% desde o começo do ano, o preço do frango reagiu e teve uma alta de 8,33 na terceira quadrissemana de junho. O produto liderou as altas entre os 19 produtos que compõem o Índice de Preços Recebidos (IPR) pelos agricultores paulistas.
Segundo as direções das principais entidades do setor – Associação Paulista de Avicultura (APA) e União Brasileira de Avicultura (UBA) – o que houve foi uma recuperação de preços sustentada pelas exportações a qual, no entanto, não foi suficiente para compensar os custos.
Segundo o diretor-executivo da APA, José Carlos Teixeira, o preço do frango estava desatualizado e, mesmo com essa reação, continua abaixo dos custos do produtor. “Os produtores estão com uma defasagem R$ 0,05 por quilo de ave.”
O diretor-executivo da UBA, Clóvis Puperi, explica que houve uma recuperação dos preços: “Os produtores operaram com déficit em abril e maio”.Segundo ele, o que ajudou a escoar a produção foram as exportações: “Nos primeiros cinco meses de 2002 exportamos 519 mil toneladas. No mesmo período de 2003 atingimos 757 mil toneladas.” O crescimento de 47% nas vendas para o mercado externo ajudou a escoar a produção, que se mantém nos mesmos níveis de 2002. “De janeiro a maio deste ano produzimos 3,06 milhões de toneladas. No mesmo período de 2002 chegamos a 3,10 milhões de toneladas”, ressalta.
No entanto, Puperi afirma que o consumo de frango caiu 7% nos primeiros cinco meses deste ano em relação a 2002. “O poder aquisitivo do brasileiro caiu nesse período. As vendas chegaram a 2,36 milhões de toneladas. Em 2002, atingimos 2,55 milhões”. Mas, para Puperi, no segundo semestre, a sustentação dos preços de aves estará calcada nas vendas domésticas e não nas exportações. “No segundo semestre, teremos dificuldade em exportar por causa das limitações de cota da Rússia e do aumento de tributos na Europa”.O IPR fechou a 3a. quadrissemana de junho em queda de 3,09%.