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Brasil será o maior exportador mundial de soja

Ministro da Agricultura diz que Brasil ocupará o posto dos EUA, com vendas de US$ 8 bilhões neste ano.

Da Redação 11/07/2003 – O Brasil deve assumir neste ano o posto de maior exportador mundial de soja, superando pela primeira vez os Estados Unidos, informou ontem o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Segundo ele, o País exportará mais de US$ 8 bilhões em 2003 em produtos do complexo soja, e as vendas dos produtores americanos dificilmente chegarão a US$ 7,5 bilhões.

“O Brasil será o país que mais faturará com o mercado internacional de soja”, afirmou. O País também baterá recorde na colheita do produto, estimada em 52,209 milhões de toneladas, 24,6% acima dos 41,916 milhões de toneladas da safra anterior.

Os números foram revelados pelo ministro em solenidade, no Palácio do Planalto, para anunciar a nova estimativa oficial de produção de grãos na safra 2002/2003, que também será recorde – 120,2 milhões de toneladas, com aumento de 24,2% em relação às 96,73 milhões de toneladas colhidas na safra anterior. Até há pouco tempo, o governo acreditava que esse nível de produção só seria alcançado em 2004. “É uma coisa espetacular”, afirmou Rodrigues.

“Que país consegue aumentar sua safra em 23 milhões de toneladas de um ano para o outro?”, perguntou ele na cerimônia, da qual participaram o vice-presidente José Alencar e os ministros da Casa Civil, José Dirceu, e da Fazenda, Antônio Palocci.

Segundo Rodrigues, dois fatores explicam esse crescimento da produção agrícola: clima favorável e forte investimento em tecnologia, principalmente na safrinha de milho no Centro-Oeste e na safra de inverno, sobretudo de trigo. A produção de trigo crescerá 56,1%, para 4,548 milhões de toneladas; a de milho subirá 79,1% na segunda safra deste ano, com 11,068 milhões de toneladas. O Centro-Oeste foi destaque no crescimento da produção.

Os números divulgados pelo governo foram obtidos no 5. levantamento de safra feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 22 a 28 de junho em 495 municípios. A pesquisa revela que a área plantada também aumentou. Nesta safra, foram cultivados 43,43 milhões de hectares, 8% a mais do que os 40,22 milhões de hectares da safra passada. Mas o crescimento da produção agrícola se deve mais ao aumento da eficiência dos produtores.

Segundo Rodrigues, a área plantada no Brasil cresceu 14,8% em 13 anos – 1,2% por ano. Mas a produção física cresceu 107,6% no período, ou 6,3% por ano, em média. “Nesse período, os agricultores sofreram descasamento de renda com os planos Collor e Cruzado e enfrentaram esse problema incorporando tecnologia e aumentando produtividade.”

Apesar da colheita recorde, o País enfrentará problemas localizados com alguns produtos, como será o caso do arroz. O clima inadequado no Rio Grande do Sul reduziu a produção deste ano, que não vai passar de 10,441 milhões de toneladas, segundo a Conab, ante 10,626 milhões de toneladas no ano anterior. “A queda na produção vai exigir que importemos, pelo menos, 1,5 milhão de toneladas para completar o abastecimento interno”, afirmou Rodrigues.