Da Redação 18/08/2003 – Os produtores rurais gaúchos plantarão soja transgênica em 2004 com base na Lei de Cultivares. “Vamos plantar e pronto”, anunciou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, durante ato ontem, em São Gabriel. Segundo ele, em razão da inexistência de variedades convencionais e modificadas da Monsanto no mercado, o plantio se dará com semente crioula. A orientação do dirigente foi dada antes da conclusão do projeto de lei que disciplinará plantio, venda e pesquisa de organismos geneticamente modificados no país, que deve ser enviado amanhã ao Congresso.
O grupo interministerial que formulou o texto tem encontro hoje com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, em Brasília, para acertar os detalhes. Há controvérsia sobre o uso das sementes estocadas nos galpões. O Ministério da Agricultura recomenda cautela quanto às sementes clandestinas, mas a Fetag tem a mesma posição da Farsul. “Também não tenho dúvida de que o produtor irá plantar a semente que tem”, disse o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro. A expectativa do dirigente é de que o projeto libere os transgênicos no país, mas defende para a atual safra a edição de medida provisória. Sperotto estima o plantio de 3,6 milhões de hectares – 100 mil a mais do que na safra passada. “Serão necessários 3,6 milhões de sacas de 50 quilos de semente.”
O presidente da Farsul defendeu a necessidade de aperfeiçoamento do projeto do governo federal. O ideal, conforme ele, seria uma instrução normativa para garantir o cultivo no país. Nos próximos dias, são esperados recursos judiciais do Ministério Público Federal e do Idec contra a decisão do Tribunal Regional Federal da 1 Região. Na semana passada, a juíza Selene de Almeida derrubou a sentença que impedia produção e venda de variedades de soja transgênica da Monsanto sem estudo de impacto ambiental.