Da Redação 21/11/2003 – 05h00 – Ontem (20/11), no terceiro dia do 4 Seminário Internacional sobre Agroecologia na PUC, em Porto Alegre, o professor da Faculdade Senac de Educação Ambiental, de SP, Eduardo Ehlers, destacou a mudança de visão da propriedade rural. Se antes era enxergada somente como local de plantio, citou, baseado em pesquisa feita em 2000 junto com a Universidade de São Paulo, hoje suas belezas naturais são valorizadas.
Quanto à relação com a Mata Atlântica, disse que a recuperação está relacionada ao avanço de empreendimentos que valorizam o patrimônio natural. Entretanto, ressalva que a combinação entre o empreendedorismo e a conservação da natureza depende, principalmente, das relações de confiança entre as pessoas e as organizações comerciais e institucionais. “É dessa maneira que se valoriza a propriedade rural e onde se criam as condições necessárias para novos empreendimentos rurais viáveis”.
O pesquisador do Instituto de Sociologia Y Estudios Campesinos, da Espanha, Eduardo Guzman, declarou que “o desenvolvimento rural, historicamente, tem sido um fracasso porque sempre estamos seguindo os modelos ditados pelos organismos internacionais”. Guzman ressaltou que nas últimas décadas a proposta européia de desenvolvimento rural tem sofrido profunda crise, como consequência da natureza industrial. Como resposta, declarou para platéia cheia, tem florescido diversas experiências produtivas alternativas, com valorização do meio-ambiente. O evento internacional da Embrapa termina hoje com o tema soberania alimentar.