Um estudo realizado pelo governo de Mato Grosso, apresentado à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e obtido pelo Broadcast Agro, revela que a adoção do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) proposto na reforma tributária pode resultar em uma queda significativa na renda bruta dos produtores rurais do estado. Segundo o estudo, o impacto seria ainda mais expressivo na cultura da soja, com uma redução prevista de 45% na rentabilidade bruta do produtor. No milho e no algodão, a perda na renda tende a ficar em torno de 20% para cada cultura.
Caso o IBS seja implementado, a renda bruta dos produtores rurais de Mato Grosso diminuiria de R$ 38,315 bilhões por ano para R$ 27,019 bilhões, de acordo com o estudo. Na cultura da soja, a renda bruta dos produtores cairia de R$ 14,479 bilhões para R$ 8,008 bilhões. Com o novo modelo, a tributação sobre a produção passaria de R$ 2,682 bilhões no sistema atual para R$ 20,847 bilhões no sistema do IBS.
A redução na renda é resultado do esperado aumento nos custos de produção agropecuária. Segundo os dados do estudo, o custo de produção em Mato Grosso aumentaria, em média, 8,69% se a reforma fosse aprovada de acordo com o texto atual. Para a soja, o custo de produção seria 7,48% superior ao atual, enquanto para o milho o aumento seria de 9,65% e, para o algodão, de 8,96%. Com a adoção do IBS, a tributação sobre os insumos utilizados nas culturas da soja, milho e algodão em Mato Grosso aumentaria de R$ 1,326 bilhão para R$ 11,928 bilhões.
Além do impacto sobre os produtores rurais, caso o IBS seja adotado, haverá um aumento na carga tributária sobre os principais produtos da cesta básica. Por exemplo, a carga tributária sobre o pão francês em Mato Grosso passaria de 3,15% para 12,5%, enquanto o preço subiria de R$ 19,00 por quilo para R$ 20,70 por quilo. No caso do leite, a carga tributária aumentaria de 3,34% para 12,5%, e o custo ao consumidor subiria de R$ 7,00 para R$ 7,61 por litro. Em relação às carnes, a carga tributária em Mato Grosso aumentaria de 2% para 12,5%, e o valor pago pelo consumidor subiria de R$ 50,00 por quilo para R$ 55,13 por quilo.