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BRF não participa da Feira de Anuga

Sadia e Perdigão deixam espaço vazio na Feira da Alemanha. Brasil e EUA criam a Opep do frango e lutam contra barreiras internacionais.

BRF não participa da Feira de Anuga

A edição 2009 da Feira de Anuga foi menor que as dos últimos anos. Dos 13 pavilhões da edição anterior, 11 deles foram ocupados com 6.522 empresas. 250 empresas não participaram. Pode parecer pouco, mas esses dois pavilhões a menos deste ano significam um espaço equivalente a dois campos de futebol.

Mercado sente ausência de Sadia e Perdigão – Mesmo tendo a autorização do Cade para atuarem em conjunto no mercado internacional, nem Sadia, nem Perdigão, tampouco a BRF Brasil Foods, nascida a partir da fusão entre as duas empresas, estavam com estandes no evento. O espaço para elas até estava reservado, mas decidiram não vir na última hora. Alguns de seus representantes, no entanto, aproveitaram o evento para manter contatos e fazer algumas visitas. Eles não conseguiram esconder, no entanto, uma certa preocupação sobre o futuro, especialmente os funcionários que trabalham do lado da Sadia. “O pessoal está desanimado. Fica claro que os representantes da Sadia estão preocupados com o que vai acontecer com eles depois dessa fusão com a Perdigão”, disse uma fonte próxima das empresas.

Marfrig deixa espaço para novas aquisições – O painel montado pela Marfrig, com o logotipo de quase todas suas marcas, tinha ainda espaço para mais quatro empresas. “Mandei deixar em branco para as empresas que vamos comprar e anunciar aqui na feira”, brincou Marcos Molina, presidente da Marfrig. Em período de silêncio, ele disse que não daria entrevista e fez questão de ressaltar que os espaços em branco no painel para as novas empresas era apenas uma brincadeira. A única observação sobre negócios que ele fez, no entanto, foi sobre a Doux. “Essa informação não tem nada a ver. Nem vou no estande deles aqui na feira para não acharem que vou comprá-los”, disse com ar descontraído.

Brasil e EUA criam a Opep do frango – O acordo firmado entre os exportadores de frango do Brasil e dos Estados Unidos chamou a atenção. Juntos, o maior exportador e o maior produtor de carne de frango do mundo passam a ter nas mãos quase 80% do comércio internacional e ganham força contra na luta contra barreiras comerciais. Vale lembrar que os americanos abriram recentemente um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a União Europeia, que não importa frango dos Estados Unidos e alega problemas com o produto usado no processo de lavagem da ave. Na prática, Brasil e Estados Unidos criaram uma Opep, mas direcionada para o segmento de frango.

JBS mais próxima do segmento de frangos – A JBS é mundialmente reconhecida por nascer e ser uma das maiores empresas do segmento de bovinos do mundo, apesar de ter entrado no segmento de frango nos Estados Unidos, com a compra da Pilgrim’s Pride. Pode até parecer bobagem, mas a JBS não estava no pavilhão 6 , junto com outras empresas do ramo bovino. O estande estava no pavilhão 7, junto com as empresas de frango, inclusive das empresas brasileiras. Será que isso significa alguma aproximação desse setor aqui no Brasil?

[alexandreinacio.wordpress.com]