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Embarque de carne de frango deve crescer menos

O cenário do primeiro trimestre deste ano deve ser muito conturbado para as exportações.

Redação (14/01/2009)- Depois de embarcar um volume 11% maior no ano passado, os exportadores de carne de frango esperam um crescimento menor em 2009, de acordo com Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef). A estimativa é de um volume 5% maior do que as 3,6 milhões toneladas embarcadas no ano passado. "O cenário do primeiro trimestre deste ano deve ser muito conturbado para as exportações", disse Turra, por telefone, de Porto Alegre, ao Valor. 

No ano passado, as exportações de carne de frango renderam US$ 6,9 bilhões, 40% mais do que em 2007. O desempenho foi recorde, mas poderia ter sido melhor, tanto em volume quanto em receita, segundo Turra, não fosse a crise financeira internacional. Nas projeções anteriores da Abef, a receita alcançaria US$ 7,5 bilhões e os volumes, 4 milhões de toneladas. 

"A crise bateu forte no setor de aves", disse Turra. Ele explicou que as moedas de países exportadores de petróleo e clientes do Brasil, como Rússia e Venezuela, se desvalorizaram, afetando a demanda. Além disso, houve recuo do consumo no Japão e também na Rússia. 

Só no mês passado, os embarques brasileiros de frango caíram 11% sobre igual intervalo de 2007, para 267 mil toneladas. A receita recuou 18% na mesma comparação, para US$ 427 milhões. 

Em todo o ano passado, as vendas para o Oriente Médio cresceram 13%, para 1,1 milhão de toneladas e para a Ásia, 15%, para 936 mil toneladas. No caso da União Européia, houve queda de 6%, para 526 mil toneladas. Os embarques para a Rússia recuaram mais – 18% -, para 159 mil toneladas, segundo a Abef. 

Apesar de esperar "quedas ainda significativas" nas exportações de carne de frango no primeiro trimestre, Turra disse que "já se observa melhora" para o segundo trimestre. Uma das apostas dos exportadores de frango é a China, que habilitou 24 estabelecimentos brasileiros para venderem a seu mercado. Há ainda a Índia, recentemente aberta. 

O setor também buscará novos mercados este ano, disse Turra. "Vamos prospectar países como Filipinas, México, Indonésia, Malásia, Jamaica, Senegal e Irã", disse o dirigente.