A produção brasileira de proteína animal atingiu números impressionantes em 2021, com 14,3 milhões de toneladas de carne de frango e 4,7 milhões de toneladas de carne suína. No entanto, essa expansão traz consigo desafios relacionados ao tratamento e destinação adequada das carcaças de animais mortos não abatidos em granjas, gerando preocupações quanto aos impactos ambientais, saúde dos rebanhos e bem-estar humano.
Para abordar essa preocupação crescente, Ari Jarbas Sandi, economista e analista da Embrapa Suínos e Aves, conduziu um estudo detalhado sobre os custos econômicos envolvidos nas diferentes rotas tecnológicas disponíveis para o tratamento e destinação de animais mortos em sistemas de produção de suínos e frangos de corte.
As estratégias de tratamento são divididas em duas principais abordagens locacionais: tratamento realizado nas próprias granjas comerciais e tratamento em centrais especializadas. O estudo foca nos custos associados à primeira estratégia, destacando a importância de incorporar novas tecnologias, como equipamentos de compostagem acelerada, desidratação, hidrólise e incineração, para enfrentar os desafios crescentes da produção em larga escala.
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O método de custos econômicos utilizado considera a soma dos custos fixos (custo de oportunidade do capital investido e depreciação das instalações e equipamentos) e variáveis (despesas operacionais). Sandi destaca a importância de ajustar a capacidade operacional dos equipamentos às necessidades de cada produtor, a fim de minimizar os custos finais.
As rotas tecnológicas analisadas incluem a compostagem tradicional em células ou gabinetes, uma tecnologia testada e recomendada pela Embrapa Suínos e Aves desde os anos 1990. O estudo fornece estimativas detalhadas dos custos associados a essa rota tecnológica, considerando variáveis como taxa de ocupação das células, preço e quantidade de insumos como maravalha ou pó de serra.
Em conclusão, o estudo destaca a necessidade de uma abordagem personalizada, onde produtores, cooperativas e agroindústrias, em conformidade com as normas e leis estaduais, escolham a tecnologia que melhor se adapte à realidade de seus empreendimentos pecuários. A decisão deve levar em consideração aspectos sanitários, mitigação de impactos ambientais e recursos monetários necessários à adoção das tecnologias disponíveis.