Em um contexto que já contempla uma piora na percepção de risco doméstico, o ambiente de dólar forte no mundo não deu trégua ao câmbio local. O dólar encostou em R$ 5,30 e saltou ao maior nível desde 23 março de 2023, em um cenário de aumento da desconfiança dos participantes do mercado com o desempenho do real e, de forma mais ampla, com os ativos financeiros brasileiros. A bolsa amarga o quinto mês seguido de saques de recursos de investidores estrangeiros, que acumula saldo negativo de R$ 36 bilhões no ano.
O dólar encerrou a sessão de ontem negociado a R$ 5,2850, em alta de 0,98% no mercado à vista. No ano, a moeda americana tem valorização de 8,91% e o real é, de longe, a moeda com o pior desempenho em 2024 entre as mais líquidas.
O estresse observado na sessão de ontem não foi exclusividade do mercado local. Já no início do dia, as pressões exercidas pelas commodities, com queda dos preços do minério de ferro e do petróleo, afetaram em cheio o real. O movimento se intensificou ao longo da sessão entre as moedas emergentes, diante de uma piora na percepção de risco relacionada aos ativos emergentes.