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Economia

Dólar atinge R$5,57 com bloqueio nos gastos, falas de Lula e eleições nos EUA influenciando o câmbio

Dólar atinge R$5,57 com bloqueio nos gastos, falas de Lula e eleições nos EUA influenciando o câmbio

O dólar comercial (compra) encerrou a última segunda-feira (22) em queda de 0,61%, cotado a R$ 5,56.

Brasil

Na última segunda-feira, o Ministério do Planejamento confirmou o bloqueio de R$ 15 bilhões no Orçamento. Durante a confirmação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) assegurou que haverá cortes de gastos “sempre que for necessário” e reforçou o compromisso de seu governo com a responsabilidade fiscal, o que ajuda a manter um clima positivo para os ativos domésticos. Nesta terça-feira (23), essa contenção e as declarações de Lula ganham destaque, uma vez que a agenda do dia está esvaziada.

Ainda esta semana, o mercado aguarda a divulgação de indicadores econômicos importantes, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que será divulgado na próxima quinta-feira (25).

Receitas e Despesas

O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, considerou o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas mais realista. De acordo com o relatório, as receitas líquidas diminuíram em R$ 13,2 bilhões, enquanto as despesas primárias aumentaram em R$ 20,7 bilhões. Como resultado, a estimativa do resultado primário para 2024 piorou em R$ 33,9 bilhões, totalizando um déficit de R$ 61,4 bilhões.

O contingenciamento de R$ 3,8 bilhões se soma à redução de R$ 8,3 bilhões nas despesas discricionárias e ao bloqueio de R$ 11,2 bilhões, totalizando cortes de R$ 23,3 bilhões. As receitas adicionais incluem R$ 12,5 bilhões provenientes do Imposto de Renda (IR) com a tributação de offshores e fundos fechados, além de R$ 3,9 bilhões do IPI projetado. No entanto, a receita previdenciária diminuiu em R$ 25 bilhões, podendo ser ajustada no próximo relatório.

Revisões a menor nos impostos PIS/PASEP e COFINS somaram R$ 22,3 bilhões, e o governo espera arrecadar R$ 87,1 bilhões com medidas de elevação de receita até dezembro.

EUA

Nos Estados Unidos, o mercado acompanha a corrida presidencial após a desistência de Joe Biden à reeleição. Kamala Harris avança para viabilizar sua candidatura e conquistou apoios importantes, incluindo o de Nancy Pelosi e 23 governadores democratas. Ela arrecadou US$ 81 milhões nas primeiras horas de sua campanha, sem enfrentar opositores de peso.

Chuck Schumer, Hakeem Jeffries e Barack Obama ainda não manifestaram apoio à sua candidatura, mas Pelosi declarou apoio oficial a Kamala, destacando a união do partido contra Donald Trump. Democratas como Gavin Newsom e Pete Buttigieg também decidiram endossar Harris. Kamala herda os US$ 90 milhões doados para a chapa Biden-Harris, o que lhe proporciona uma vantagem significativa na campanha, e busca manter os delegados conquistados por Biden nas primárias.