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EUA

Empresas da indústria alimentar americana tentam manter fábricas operando em meio a escassez de CO2

O gás é amplamente utilizado nas indústrias de alimentos e bebidas, inclusive para atordoar animais antes de eles serem abatidos e para resfriar e processar carne.

Empresas da indústria alimentar americana tentam manter fábricas operando em meio a escassez de CO2

Empresas de alimentos e bebidas dos Estados Unidos, como Tyson Foods e Kraft Heinz, estão se esforçando para manter as fábricas em operação durante uma escassez nacional de dióxido de carbono.

O gás é amplamente utilizado nas indústrias de alimentos e bebidas, inclusive para atordoar animais antes de eles serem abatidos e para resfriar e processar carne. É também utilizado em refrigerantes e cerveja, e transformado em gelo seco para manter os alimentos congelados.

A oferta de dióxido de carbono, um subproduto de processos industriais como produção de etanol e fertilizantes, está apertada desde o início de 2020, quando muitos americanos pararam de dirigir devido à pandemia de covid-19, reduzindo a demanda por etanol. Agora, a escassez do gás se agravou em partes do país porque interrupções na produção coincidiram com a forte demanda do verão. Além disso, paralisações para manutenção nas instalações industriais que produzem o gás neste outono devem manter a oferta apertada.

Alguns grandes fornecedores limitaram as entregas a seus clientes, desencadeando uma corrida de frigoríficos, cervejarias e outras empresas para encontrar alternativas.

De acordo com correspondência da Tyson Foods obtida pelo Wall Street Journal, a processadora de carnes disse em maio que precisava de ajuda para preencher lacunas no fornecimento de dióxido de carbono para as fábricas de Iowa e Nebraska. Em junho, a empresa disse que precisava do gás para fábricas em dez locais nos EUA, incluindo Maine, Alabama e Arkansas.

Um porta-voz da Tyson disse que a empresa monitora a disponibilidade de matérias-primas e insumos de produção, incluindo dióxido de carbono. “Também estamos explorando novas opções para ajudar a resolver futuros problemas da cadeia de suprimentos relacionados ao dióxido de carbono”, disse.

A Kraft Heinz notificou varejistas em agosto sobre interrupções no fornecimento de carne da empresa, citando oferta de dióxido de carbono “bastante restrita” e outros problemas. De acordo com um comunicado da Kraft aos varejistas visto pelo Wall Street Journal, a empresa está particularmente exposta porque muitas de suas fábricas estão no Sudeste, onde os problemas de fornecimento têm sido mais graves. A Kraft não comentou o assunto.

A oferta de dióxido de carbono costuma ficar mais apertada durante o verão, com o aumento da demanda por produtos como cerveja e refrigerante, e as altas temperaturas deste ano intensificaram essa demanda, disse Rich Gottwald, CEO da Compressed Gas Association, grupo que representa fornecedores de gases industriais.

A oferta de gás foi ainda mais prejudicada este ano devido a interrupções no processamento decorrentes de problemas em uma fonte conhecida como Jackson Dome, disse Gottwald. Jackson Dome é um depósito subterrâneo no Mississippi que contém dióxido de carbono natural. Ele disse que os problemas foram resolvidos no início deste mês.