As exportações de carne suína do Brasil devem subir 3% em 2023, com embarques robustos para países da América do Sul e Sudeste Asiático, incluindo as Filipinas, onde a Peste Suína Africana (PSA) restringe a produção, informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em relatório. Segundo o órgão, a China permanecerá como principal destino do produto brasileiro, apesar da perspectiva de que as importações caiam em virtude do aumento da oferta doméstica.
Para o USDA, a oferta global de carne suína deverá crescer 1% no próximo ano, para 111,0 milhões de toneladas, acompanhando o aumento da produção na China. As exportações globais devem cair 2%, para 10,5 milhões de toneladas em 2023, com as importações da China se enfraquecendo pelo segundo ano consecutivo.
“A projeção é de que a produção no país asiático suba 2% com o setor se recuperando dos impactos da PSA”, disse. Além disso, o USDA acredita que os altos custos de produção na China podem reduzir os incentivos à criação de suínos com excesso de engorda.
No relatório, o Departamento apontou que Estados Unidos, Brasil e México expandirão sua produção, mais do que compensando as quedas de outros grandes produtores, incluindo a União Europeia (UE) e o Reino Unido. Os principais fatores para a queda na produção da UE, segundo o USDA, são: custos com ração animal elevados, preços de energia e restrições produtivas em relação ao meio ambiente. Já no Reino Unido, o órgão disse que o país enfrenta altos custos de alimentação e demanda mais fraca por porco no mercado doméstico.
“O Brasil e México continuam a expandir seus setores de suínos para atender à crescente demanda doméstica, em parte impulsionado por consumidores que buscam alternativas à carne bovina com preços mais altos e demanda de exportação mais forte em vários países”, argumentou o USDA. No relatório, o órgão lembrou, ainda, que a produção no Vietnã continua a se recuperar, pois a administração da PSA protegeu o setor de surtos em grande escala.
Apesar dos problemas persistentes com a PSA, as importações de carne suína das Filipinas também devem diminuir por causa do fim das políticas de favorecimento às importações em 2022; o aumento temporário nos volumes de cotas de suínos terminou em maio de 2022 e as tarifas reduzidas foram estendidas até o fim de 2022, disse o USDA. De acordo com o departamento, as importações de carne suína do Reino Unido aumentam com o consumo retomando nível pré-pandemia, deslocando as compras do varejo para o food service.
Nos EUA, a produção deve ser 1% maior em 2023 ante este ano, para 12,4 milhões de toneladas, aumentando gradualmente os abates de suínos. “No entanto, as exportações dos EUA devem diminuir em 2023 em virtude da flexibilização da demanda dos principais importadores, como México e China”, concluiu.