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Influenza Aviária

Avicultores estão em alerta com a chegada da Influenza Aviária a América do Sul

O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Luizinho Caron, falou em live sobre o aumento dos casos de Influenza Aviária nas Américas

Avicultores estão em alerta com a chegada da Influenza Aviária a América do Sul

Na última segunda-feira feira a Colômbia reportou dois casos de Influenza Aviária Altamente Patogênica em aves não comerciais no município de Acandí, no departamento de Chocó.

A Colômbia é um país autodeclarado livre da influenza aviária altamente patogênica pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) desde 2011 e a notificação não afeta ou modifica este status sanitário do país.

De acordo com o Instituto Agrícola Colombiano (ICA) a localização dos surtos não põe em perigo a produção e o consumo de ovos e carne de frango. O Plano de Contingência da Influenza Aviária está atualmente ativo e uma equipe formada por epidemiologistas, veterinários e técnicos de pecuária foi criada no escritório local da instituição em Acandí para controlar e erradicar a situação sanitária.

Diante da situação a Associação Brasileira de Proteína Animal emitiu um alerta aos avicultores brasileiros. De acordo com o documento este é um momento de alerta máximo para a avicultura brasileira, com o retorno da enfermidade à América do Sul.

A associação emitiu uma solicitação de reforço à mobilização do Ministério da Agricultura, em mensagem direta ao Ministro, ao Secretário de Defesa Agropecuária e ao Diretor de Saúde Animal, nas diversas frentes de defesa agropecuária, nos portos, aeroportos e fronteiras, seja pela ação ativa ou por meio de campanhas, estimulando o engajamento de todos na proteção do bem setorial mais precioso, que é a sanidade de nossos planteis.

Live

Nesta quinta-feira (27/10) a TV Gessulli conversou com o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Luizinho Caron, sobre o aumento dos casos de Influenza Aviária nas Américas. 

Protocolo atualizado e reforço de campanhas preventivas

A ABPA também informou que o Protocolo de Biosseguridade foi atualizado e orienta ao produtores total atenção, seja com relação às visitas nas unidades produtoras ou com o retorno de colaboradores que estão no exterior. Além disso a Associação por meio do GEPIA (Grupo Especial de Prevenção à Influenza Aviária) reforçará as campanhas com relação aos cuidados preventivos.

Enfermidade avança pelo continente

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) publicou no dia 13 de setembro, um alerta sobre risco de introdução e propagação de gripe aviária de alta patogenicidade nas Américas do Sul e Central. O documento já recomendava que os países dessas regiões estejam em alerta máximo para mortalidade de aves silvestres e surtos ou mortalidade incomum.

Desde o início de 2022, houve uma rápida disseminação do HPAI H5 na América do Norte, e informações da Organização apontam a circulação viral em certas populações de aves selvagens na região.

Dado o início da próxima migração de outono de muitas espécies de aves da América do Norte para a América Central e do Sul, o risco de introduções de HPAI aumenta em áreas de invernada atualmente não afetadas. “É importante que os países e territórios das regiões da América Central e do Sul preparem e fortaleçam suas medidas de detecção precoce, diagnóstico adequado e resposta precoce, tanto em aves silvestres quanto em aves de capoeira”, dizia o documento.

Brasil mantém programa de biosseguridade rígido

Apesar de ser exótica em território nacional, ou seja, nunca detectada no Brasil, a influenza aviária é uma doença de distribuição mundial, por isso o Brasil como maior exportador de carne de frango, mantém um programa de biosseguridade rígido.

O Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) além de estabelecer os critérios mínimos de biosseguridade a serem aplicados pelos estabelecimentos avícolas para o registro destes junto ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), também determina os procedimentos específicos de prevenção e vigilância epidemiológica para IA. São eles:

Investigação imediata de qualquer notificação ou caso suspeito de influenza aviária e doença de Newcastle – A vigilância passiva tem como base o pronto atendimento pelo SVO das notificações feitas por parte dos médicos veterinários responsáveis técnicos de granjas, produtores ou por qualquer pessoa que tenha conhecimento da ocorrência de mortalidade repentina de aves, associadas ou não a sintomas clínicos neurológicos ou respiratórios. Essas notificações geram investigação a campo para caracterização ou não, por parte do SVO, de uma suspeita provável de IA e DNC. Se a suspeita for caracterizada com provável, são colhidas amostras para diagnóstico laboratorial oficial, realizada investigação epidemiológica e a propriedade permanece interditada até conclusão da investigação e emissão do laudo laboratorial negativo.

  • Vigilância no abate das aves – Nos abatedouros frigoríficos, o critério para notificação de caso suspeito de Síndrome Respiratória e Nervosa das aves (SRN) é exclusivamente baseado na identificação de aves com sinais clínicos ou lesões (neurológicos, respiratórios ou digestórios), ou ainda a presença de aves moribundas ou mortas na plataforma de recepção, compatíveis com SRN. Nesse contexto, o serviço de saúde animal da unidade veterinária local (UVL) dos Órgãos Executores de Sanidade Agropecuária (OESA) deve ser acionado para o atendimento no local e este deve avaliar se a notificação é caracterizada como suspeita descartada ou caso provável de SRN. Se a suspeita for caracterizada como caso provável, são colhidas amostras para diagnóstico laboratorial oficial, o abate do lote suspeito deve ser realizado em separado e seus produtos apreendidos cautelarmente. A investigação epidemiológica também deve ser realizada na propriedade de origem das aves, a qual permanece interditada até conclusão da investigação e da emissão do laudo laboratorial negativo.
  • Vigilância em estabelecimentos avícolas de reprodução e postura comercial – Plano de vigilância ativa em aves de descarte das granjas de postura comercial e de reprodução, com uma colheita mínima de 10 lotes/estado/mês selecionados ao acaso pelo SVO. A colheita de material é realizada no estabelecimento de criação das aves pelo SVO antes da saída do lote para abate e encaminhado ao laboratório oficial do MAPA.
  • Vigilância em aves importadas – O material genético (ovos férteis e aves de um dia) e as aves ornamentais importadas também passam por vigilância ativa no país de origem e ao ingressarem no Brasil. Para importação de material genético avícola (ovos incubáveis e pintos de um dia), são colhidas amostras para pesquisa de vírus da influenza aviária, vírus da doença de Newcastle, Salmonella Gallinarum, S. Pullorum, S. Typhimurium, S. Enteritidis, Mycoplasma gallisepticum, M. synoviae e M. meleagridis (somente perus).
  • Vigilância para certificação sanitária de compartimentos avícolas – Em 2014 o MAPA publicou a normativa de Certificação Sanitária de Compartimentação da Cadeia Produtiva Avícola, a qual tem caráter voluntário e tem por objetivo certificar subpopulações com status sanitário diferenciado, livres de influenza aviária e doença de Newcastle.
  • Vigilância em sítios de aves migratórias – O Serviço Veterinário Oficial também realiza inquéritos epidemiológicos em populações domésticas de subsistência que vivem em um raio de 10 km de sítios de aves migratórias selecionados pelo Departamento de Saúde Animal – DSA/SDA/MAPA. Em cada propriedade são coletadas amostras para pesquisa de influenza aviária e doença de Newcastle. Em relação às aves silvestres/migratórias, pode ser realizada vigilância passiva, por meio de colheitas de amostras em aves doentes ou recentemente mortas.