O desmatamento ilegal na Amazônia tem crescido ao longo do último ano, atingindo em abril deste ano uma área recorde para o mês, o maior desde 2016. Os crescentes avanços na derrubada da floresta têm impactado diretamente na imagem do Brasil no exterior, ocasionando maior pressão sobre o país e o agronegócio, podendo inclusive impactar negativamente sobre as exportações brasileiras.
“O desmatamento ilegal na Amazônia teria de ser muito mais combatido do que tem sido feito hoje, não porque podemos perder em exportação, porque europeu está reclamando, mas porque vivemos em um país no qual queremos que as leis sejam seguidas”, afirma o consultor Pedro de Camargo Neto, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
Camargo Neto falou em live transmitida ontem pelo canal TV Gessulli. Durante a entrevista, discutiu os principais ambientais para o agro brasileiro no mercado global de produtos agrícolas e pecuários.
“Eu que pretendo ser um seguidor das leis, acabo sendo prejudicado por esta ilegalidade, por outro brasileiro que não segue a lei. Se é ilegal, não quero viver em um país que tolera a ilegalidade. Temos de enfrentar esta questão da ilegalidade com mais vi”, comenta Camargo Neto.
O consultor defendeu a necessidade de que as leis ambientais sejam cumpridas, ressaltando a importância do Código Florestal, aprovado há dez anos, mas que ainda não conseguiu ser devidamente implementado no país devido a uma polarização vivida no país dentro da questão ambiental entre ruralistas e ambientalistas.
“Nós temos um Código Florestal que faz dez anos; embora tenha dificuldade de ser implementado porque se tem uma polarização no Brasil e na questão ambiental que não é de hoje. Mas, o Código Florestal está aí. Se seguíssemos o Código Florestal, o Brasil seria líder. Nós poderíamos estar pressionando a Europa, pressionando os Estados Unidos, e não o contrário”, aponta.
O ex-presidente da SRB lembra que emissões de gases de efeito estufa não são um problema no Brasil. Camargo Neto lembra que o país foi o primeiro a desenvolver o carro a álcool, adotando mais recentemente o biodiesel, além de ter uma matriz energética limpa, oriunda das hidroelétricas.
“Só que não adianta responder que somos o máximo, lindos e maravilhosos; temos 60% disso ou fazemos aquilo. É tudo verdade, só que também temos permitido a ilegalidade; e isso é muito negativo. Se não enfrentarmos a ilegalidade, pormos ondem em casa, sempre seremos prejudicados, ficaremos uma posição incômoda, subalterna. Porque não há como justificar essa ilegalidade”, destaca Camargo Neto.
Assista a live ou ouça a entrevista completa com o consultor rural e ex-presidente da SRB e Abipecs Pedro de Camargo Neto acessando os links abaixo: