Nesta quinta-feira, em mais um dia de queda, a soja fechou abaixo do patamar de US$ 13 por bushel na bolsa de Chicago. O contrato para novembro, atualmente o de maior liquidez, cedeu 0,65% (8,5 centavos de dólar), a US$ 12,9175 o bushel. O papel de segunda posição, para setembro, caiu 0,89% (12 centavos de dólar) a US$ 13,340 o bushel.
A previsão de chuvas intensas no Meio-Oeste americano nos próximos dias pressionou novamente as cotações. Espera-se que chuvas esparsas persistam no cinturão produtor nos próximos seis a dez dias, disse a Dow Jones Newswires, citando a empresa de meteorologia DTN.
O quadro acentua a pressão sobre as cotações, que, no momento, refletem, também, a expectativa de aumento de área plantada nos EUA. Somados, esses fatores (chuva adequada e mais área de cultivo) arrefecem as preocupações com a oferta global da oleaginosa para 2021/22.
Os futuros do trigo para setembro, contrato mais negociado no momento, caíram 1,77% (11,75 centavos de dólar), a US$ 6,520 o bushel. Segundo analistas, a melhora das projeções para a safra do Mar Negro — líder no mercado de exportação do cereal — pressionou as cotações na bolsa americana.
“As estimativas para a safra agora são boas”, disse o Commerzbank. O banco apontou novos dados da consultoria SovEcon, que elevou sua previsão para a safra de trigo na região em 2 milhões de toneladas, agora para 84,6 milhões de toneladas.
O milho fechou perto da estabilidade, mas em alta. O contrato para dezembro, o mais negociado, subiu 0,05% (0,25 centavo de dólar), a US$ 5,360 o bushel.
Assim como na soja, nas negociações do milho, o mercado segue acompanhando a previsão de chuvas no cinturão de grãos dos EUA. Mas, mesmo com as condições climáticas pressionando as cotações, o milho acabou subindo. O avanço, ainda que modesto, sugere que as quedas recentes podem ter sido excessivas para o quadro atual dos fundamentos de oferta e demanda, entre eles o aperto nos estoques globais previsto para o próximo ciclo. O milho teve declínios acentuados em Chicago ao longo da semana.
“O mercado está de olho nos movimentos chineses de compra de milho. Atualmente, a China tem cerca de 10 milhões de toneladas da nova safra dos EUA nas contas. Esse milho foi reservado perto das altas recentes do mercado, e há preocupações de que possamos ver cancelamentos em meio às quedas de preços. No entanto, suprimentos globais apertados de milho podem impedir cancelamentos mais expressivos”, disse o analista Karl Setzer, da Agrivisor, em relatório.