Um surto de peste suína africana em duas fazendas alemãs pode inviabilizar os planos do país alemão, principal produtor da Europa, de retomar as exportações de carne suína, afetadas desde o ano passado por um vírus que assola fazendas em todo o mundo.
É a primeira vez que a doença, até agora transmitida apenas em javalis, foi confirmada para se espalhar em suínos. Aconteceu em duas fazendas em Brandenburg, perto da fronteira com a Polônia, e cerca de 200 animais serão sacrificados depois que o Ministério de Defesa do Consumidor daquele estado federal emitiu o alerta.
Como autoridades veterinárias tentam conter o surto, a situação pode ser um retrocesso para a tentativa da Alemanha de retomar a exportação de carne suína, que foi vetada por muitos compradores devido à desconfiança após o surto de javalis no ano passado.
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A decisão da China, principal consumidor mundial dessa carne, é especialmente preocupante, pois ainda mantém o veto ao produto e essa notícia pode estender o período de desconfiança.
A Alemanha detectou mais de 1.200 casos de peste suína africana em javalis em Brandenburg desde o outono passado. O estado da Saxônia também relatou cerca de 300 casos e as infecções ainda persistem na Polônia, então as esperanças de conter o surto logo parecem estar desaparecendo.
A esperança é que a doença continue a uma distância significativa do Noroeste, onde há a maior concentração de suinocultura do país , e que os surtos tenham ocorrido em duas pequenas propriedades. “Agora é importante que encontremos rapidamente a causa da entrada na população suína para que saibamos qual a rota do vírus”, disse a ministra de Defesa do Consumidor, Ursula Nonnemacher, e coleta Bloomberg .
As vendas de carne suína da Alemanha fora da Europa estão correndo a menos da metade do ritmo do ano passado
A peste suína africana não foi registrada em outros grandes produtores de carne suína na Europa, incluindo Espanha e Dinamarca. E que o vírus afetou produtores em todo o mundo nos últimos anos.
A perda de milhões de porcos como resultado dos surtos globais levou a uma escassez de carne que impulsionou os preços. Na Alemanha, os preços se recuperaram das mínimas históricas registradas em 2020 graças ao fato de ter conseguido escoar parte do seu excesso de oferta na União Europeia após o acúmulo do produto diante do veto chinês, principalmente. O fato é que as vendas de carne suína da Alemanha fora do bloco estão correndo a menos da metade do ritmo do ano passado, mostram dados do governo.
Apesar da recuperação dos níveis mais baixos, os preços da carne suína continuam baixos e não cobrem os custos dos produtores alemães, segundo dados do grupo de produtores ISN.
