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Alternativa

Água da louça para regar plantação: ciência dá alternativas para agricultura sobreviver com seca e crise hídrica

Bioágua é feita a partir da filtragem das chamadas águas cinzas. Combinação entre diferentes fontes é a solução para pesquisadores, que também apostam no uso da água subterrânea.

Água da louça para regar plantação: ciência dá alternativas para agricultura sobreviver com seca e crise hídrica

Acha possível irrigar a plantação com água da louça sem danificar o cultivo? Ou ter um sistema que decide quando é o momento de regar ou não? Essas duas ações já existem como medidas que podem ajudar os agricultores a economizarem água e a se prepararem para o período de seca.

Depois das geadas, a estiagem é a nova vilã para a lavoura e foi um dos principais motivos para a agropecuária ser destaque negativo no Produto Interno Bruto (PIB) do 2° trimestre de 2021, com um recuo de 2,8%. Isso após trimestres seguidos de crescimento, mesmo no auge da pandemia.

Mas, essa “nova vilã” nem é tão nova assim. Em 2020, a seca foi o principal evento climático que fez o produtor acionar o seguro rural, equivalente a pouco mais de 60% das indenizações.

E, para quem pensa que a seca é só no sertão, a falta de chuvas também tem afetado outras grandes regiões produtoras, como São Paulo e Minas Gerais, prejudicando cultivos como o café, que deve ter queda de 21% na produção, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É para irrigar?

Boa parte da água brasileira vai para a agricultura. A estimativa é de que a irrigação das lavouras tome 49,8% do total disponível para uso nos reservatórios, segundo o Atlas da Irrigação de março deste ano pela Agência Nacional das Águas (ANA).

Este trunfo permite o plantio durante todo o ano, inclusive em locais de escassez hídrica no Brasil, que está entre os dez países com maior área equipada para irrigação.

Apesar de ser uma boa solução, muita água pode ser desperdiçada se a rega não for feita corretamente. Para minimizar este impacto, o pesquisador da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Alan Kardek desenvolveu o IrrigoSystem, que é um sistema de irrigação baseado em sensores instalados na lavoura, que medem os parâmetros elétricos do solo e, deste modo, a umidade nele.

O aparelho funciona a partir de energia solar e manda os dados, sem fio, para o computador do produtor, independente da conexão com a internet. No computador, o agricultor deve ter um software instalado que vai mostrar as informações da terra, como a umidade, a salinidade e a temperatura em tempo real.

Com isso, a irrigação acontece apenas quando o solo está precisando da água.

A tecnologia ainda não chegou ao mercado, mas, quando isso acontecer, o pesquisador estima que o valor será de até R$ 5.000 por estação, considerando que, em um solo uniforme, uma estação pode bastar para a lavoura.