Israel, Jordânia e Emirados Árabes Unidos (EAU) assinarão um acordo na próxima semana para instalar uma usina de energia solar no território hachemita, reportaram oficiais israelenses nesta quarta-feira (17), segundo informações da agência Anadolu.
O acordo deve ser firmado na segunda-feira (22) em Dubai, na presença de John Kerry, enviado especial dos Estados Unidos para questões climáticas.
Devem assiná-lo: a Ministra de Energia de Israel Karine Elharrar; o Ministro de Recursos Hídricos da Jordânia Raed Abu al-Saud; e o chanceler emiradense Abdullah bin Zayed.
“Trata-se do maior projeto de cooperação regional jamais conduzido entre Israel e seus vizinhos”, reportou o site de notícias Axios, radicado na Virgínia.
“O plano prevê que a fazenda de energia solar financiada pelos Emirados abasteça principalmente Israel, que construirá uma usina de dessalinização em seu litoral mediterrâneo, para fornecer água à Jordânia”, acrescentou a reportagem.
“O acordo tornou-se possível pelos Acordos de Abraão [normalização] e obteve apoio, em sua reta final, por meio de diversos telefonemas de Kerry ao Rei da Jordânia Abdullah II e ao Ministro de Relações Exteriores de Israel Yair Lapid”.
“O acordo não somente aumentará a importância estratégica da relação israelo-jordaniana, que melhorou substancialmente desde que Naftali Bennett substituiu Benjamin Netanyahu como premiê, como também atenuará a crise hídrica na Jordânia”, reiterou o Axios.
O projeto decorre de conversas secretas conduzidas pelos três governos, que tornaram-se mais objetivas a partir de setembro e resultaram em uma proposta no final de outubro.
Segundo as informações, o acordo estava previsto para ser assinado há duas semanas, durante a Conferência das ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow.
Uma fonte anônima, contudo, observou: “Abdullah estava preparado para ir adiante, mas Bennett pediu para postergar a assinatura sob receios de críticas políticas em âmbito doméstico, dias antes de uma importante votação orçamentária em Israel”.
Israel precisa de energia renovável, mas carece de terras para fazendas solares. Em contrapartida, a Jordânia precisa de água, mas só pode investir em dessalinização na remota região sul do país — a costa israelense é mais próxima de seus centros urbanos.
A usina será construída pela Masdar, estatal emiradense de energia sustentável.
A fazenda solar deve começar a funcionar até 2026 e produzir ao menos 2% da energia consumida em Israel dentro de quatro anos. O estado da ocupação pagará US$180 milhões por ano ao governo jordaniano e à corporação emiradense, segundo as informações.