Os preços do boi gordo e do frango subiram mais de 40% no campo entre janeiro e setembro deste ano, na comparação o mesmo período de 2020, mostra o relatório “Mercados e Preços Agropecuários” divulgado nessa quarta-feira (1) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Somente o valor do boi avançou 46,3%, enquanto o do frango abatido (inteiro e resfriado) registrou alta de 44,2%.
No mesmo período, o preço pago ao produtor de carne suína subiu 19,7%. Os dados do Ipea têm como base os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
Carne de frango
Com o avanço dos preços da carne bovina, o frango tem sido uma das alternativas de consumo de proteína animal.
E, diante da maior procura, os preços, tanto do animal vivo quanto da carne de frango, chegaram a atingir em setembro patamares recordes reais da série histórica do Cepea.
Somente no terceiro trimestre, o preço do frango (abatido e resfriado) chegou a subir 23,3%, em relação aos meses de abril a junho.
Outro fator que tem contribuído para a alta de preço é o aumento das exportações.
O volume de carne de frango embarcado pelo Brasil no acumulado do ano (janeiro a outubro) teve alta de 9,7% em relação ao mesmo período de 2020, puxado por países da África e da América Latina.
E a expectativa é de que os valores continuem em alta, mesmo com a proximidade do final de ano, quando, geralmente, há um aumento na demanda por outras carnes, como a suína, a bovina e as de aves natalinas.
Isso deve ocorrer justamente por causa do aumento da procura por proteínas mais baratas e das exportações em alta.
Carne suína
O preço médio de comercialização da carne suína no atacado caiu 3,2% no terceiro trimestre, frente ao trimestre anterior.
Além da queda na demanda doméstica, as exportações também apresentaram leve recuo, contribuindo para a pressão negativa sobre os preços, diz o Ipea.
No último trimestre do ano, a expectativa sazonal é de aumento na demanda por carne suína devido às festividades da época, o que costuma resultar em alta nos preços domésticos.
“No entanto, em 2021, esse movimento de alta pode ser mais comedido frente aos anos anteriores, tendo em vista o enfraquecimento da demanda doméstica e a potencial queda nas exportações da proteína”, diz o Ipea.
Apesar do bom ritmo de embarques constatado atualmente e de os volumes negociados em 2021 estarem acima dos comercializados no mesmo período do ano passado, é esperado que as exportações recuem nos últimos meses do ano.