O ministro conselheiro da Embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui, afirmou hoje que a recente suspensão das exportações de frigoríficos brasileiros por Pequim foi uma medida de “precaução, prevenção e antecipação” para não “desperdiçar” o esforço do governo de seu país no combate à covid-19.
Durante transmissão ao vivo de reunião do Conselho Empresarial Brasil-China, Qu Yuhui disse que apesar de não haver comprovação científica de transmissão do novo coronavírus por meio do consumo dos alimentos enviados, há indícios de que as embalagens possam ter vínculo com a contaminação.
O diplomata, no entanto, reforçou que os bloqueios são temporários e que não vão impactar na relação comercial entre os dois países – cinco unidades brasileiras estão proibidas de exportar por causa de casos da covid-19 entre seus funcionários.
“É mais uma medida de precaução, de prevenção ou antecipação para que não haja impacto sistemático no nosso esforço de combate à covid-19. Neste momento, achamos que qualquer cuidado não é demais para que o esforço não seja desperdiçado e não jhaja no futuro um impacto sistemático no nosso comércio”, afirmou.
“Embora ainda não tenhamos evidências ou provas diretas de que o consumo de alimento pode causar a infecção de covid-19, há vários indícios de que a embalagem ou o próprio alimento podem ter transmissão do vírus”, reforçou.
Qu Yuhui disse, ainda, que as medidas são “provisórias e sujeitas a ajustes e debates”, e que o governo chinês tem “todo interesse” de resolver essa situação temporária. Para isso, reforçou, mantém diálogo estreito e constante com as autoridades brasileiras.
Recentemente, a China retomou a importação de um dos seis frigoríficos que tiveram as vendas suspensas nas últimas semanas. “O Brasil tem 102 frigoríficos habilitados. Isso não vai causar impactos substanciais ao nosso comércio com o Brasil”.