A Arábia Saudita desabilitou 33 frigoríficos brasileiros da lista de exportadores de frango halal. O país é historicamente o maior importador da proteína brasileira. A Câmara de Comércio ArabeBrasileira confirmou que a Arábia Saudita enviou uma carta informando da medida ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e ao Ministério de Relações Exteriores (Itamaraty).
Entre as possíveis unidades descredenciadas pelo país árabe estão frigoríficos da BRF e da JBS. Atualmente, o Brasil tinha 58 frigoríficos aptos a exportar para a Arábia Saudita. No entanto, somente 30 realmente estavam enviando o frango halal para o país. Com a nova lista, este número cai para 25 plantas habilitadas a exportar.
Ainda não se sabe o motivo da medida anunciada pela Arábia Saudita. Conforme o colunista Mauro Zalafon, da Folha de São Paulo, fontes afirmam que seria uma retaliação pela intenção do presidente Jair Bolsonaro de transferir a Embaixada brasileira de Tel Aviv, em Israel, para Jerusalém. Contudo, o Brasil já vinha sendo alvo de restrições devido ao método de abate praticado pelos frigoríficos. Segundo os árabes, a insensibilização por choque não atende ao modo de abate halal.
De acordo com nota emitida pelo Mapa, a nova lista de plantas habilitadas foi consequência da visita técnica realizada pelos Árabes aos frigoríficos brasileiros no ano passado.
A Arábia Saudita foi o primeiro país a importar a carne de frango brasileira. Em 2018, contudo, as exportações de frango para esse destino registraram queda de 24%.
A Avicultura Industrial procurou a BRF sobre o assunto, mas a empresa preferiu não se posicionar.