Apesar da redução de exportação de frango para Arábia Saudita, outros mercados surgem para o mercado halal no mundo: China e Índia. De acordo com dados divulgados, na quinta-feira (09/05) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a exportação de frango (in natura e processados) teve aumento de 34,9% em abril deste ano, quando comparado como o mesmo período de 2018. China foi responsável por 11,7% de participação neste resultado, em segundo lugar, ficou a Arábia Saudita com 11,3% e Emirados Árabes (10,2%). “É importante ressaltar que na China temos 100 milhões de muçulmanos e na Índia, 200 milhões. Se este mercado realmente continuar crescendo, é uma grande oportunidade para o frango halal brasileiro. Sem dúvida, precisamos reverter as importações da Arábia Saudita, mas devemos analisar sempre novos mercados emergentes”, comenta o diretor executivo da Cdial Halal, Ali Saifi.
Um mercado que ainda não decolou foi o da Indonésia. Este país importa US$ 20 bilhões de dólares ao ano, principalmente o trigo, açúcar, complexo de soja, algodão, frutas, carne bovina e milho. O Brasil é considerado o quinto maior parceiro comercial da Indonésia em produtos agroalimentares, exportando, principalmente, farelo de soja, milho, algodão e o segundo maior exportador de açúcar. De acordo com Ali Saifi, diretor-executivo da certificadora de alimentos halal, Cdial Halal, os frigoríficos brasileiros estão preparados para exportar frango para Indonésia. “Precisamos estreitar os acordos bilaterais com a Indonésia, Arábia Saudita e outros países. O Brasil necessita de uma política mais assertiva para aumentarmos nossas exportações. Sabemos que há uma atuação muito forte por parte do Ministério da Agricultura em continuar investindo na sanidade e na fiscalização de nossos produtos para aumentar e fidelizar os mercados internacionais. O governo tem ciência da importância do mercado árabe para economia brasileira”, ressalta Ali.
Atualmente, a carne de frango é a proteína mais consumida na Índia e cresce entre 7% e 8% por ano e o consumo interno atinge 3,5 kg/ano/habitante. A média mundial é de 11,9 kg/ano e no Brasil é de 44,6 kg/ano.
De acordo com pesquisas divulgadas, no início de abril, pela Pew Research Center, daqui a 40 anos, aproximadamente, os cinco países com maior população muçulmana serão Índia (333 milhões), Paquistão (283,6 milhões), Nigéria (283,1), Indonésia (253,4 milhões) e Bangladesh (181,8 milhões).